A expressão «datado de...»
Um objeto pode ser «datado de» uma época, um período, uma data, p. ex., uma moeda «data de 1945», ou pode ser «datada de 1520», quando lhe atribuímos uma datação da qual não temos total certeza?
Quando não se está perante uma data ou período determinado, mas antes perante um intervalo de tempo, diz-se que o objeto pode ser «datado "de desde" esta época até aquela (ou que ele «data "de desde"... até..."), ou diz-se, apenas, que o objeto pode ser «datado "desde" este periodo até aquele», sem a preposição de?
Grata,
A regência de dificuldade
O nome dificuldade pode requerer as preposições de/em. A estrutura sintática apresentada está correta?
«Há pessoas que têm mais dificuldades A ler longos textos.»
Obrigado.
A estrutura coordenada «sem... nem...»
Usando outro dia um aplicativo bancário , eis que me deparo com a seguinte instrução para reconhecimento facial: «Bem iluminado, sem pessoas e objetos ao redor.»
Assim , por gentileza, está correta essa construção?
Ou seria mesmo correto substituir o e por «e sem» ou nem?
A sintaxe do nome entrevista
Começando por agradecer o ótimo e muito útil trabalho do Ciberdúvidas, que consulto muitas vezes, peço que me esclareçam, por favor, sobre a forma correta de referenciar uma entrevista.
Imaginando que o jornalista Santos entrevistou o ministro Silva, devemos referir a situação como:
– Entrevista do ministro Silva ao jornalista Santos
ou
– Entrevista do jornalista Santos ao ministro Silva?
Muito obrigada.
A regência do nome chance
Qual dessas opções todas é a melhor do ponto de vista gramatical? E por quais motivos isso também no caso?
1) Ele teve a chance DE ser promovido, e a jogou fora.
Ou:
2) Ele teve a chance EM ser promovido, e a jogou fora.
Ou: 3) Ele teve a chance PARA ser promovido, e a jogou fora.
Muitíssimo obrigado e um grande abraço!
A expressão «à memória»
Sei que o tema já foi aqui trazido, mas sem contextualização.
Tenho, infelizmente, passado algum tempo num determinado cemitério e tenho ficado intrigada com o facto de as lápides das campas e dos ossários dizerem todas «À memória de».
Contudo, nas placas colocadas nos ossários – em particular, mas não só –, existe a nítida intenção de recordar alguém e não, propriamente, a de homenagear ou dedicar o espaço / a placa a alguém.
Assim, no meu entender, a inscrição mais correta deveria ser «Em memória de» fulano tal, em vez de «À memória de...», mas não tenho encontrado nenhuma que corrobore o meu ponto de vista.
Será que estou enganada?
Associação de palavras gramaticais: «com que»
Entro em contato para sanar uma dúvida que me acompanha há algum tempo. Trata-se da locução «com que».
A construção completa é a seguinte:
«Lembro com que sentimento de encanto folheava o caderno que um vizinho me emprestara, contendo as lições de um quase nada daquela língua que ele aprendera quando seminarista.» (Extraído do prefácio da tradução de Irineu Bicudo de Os Elementos de Euclides.)
Para a análise, apenas a primeira oração é importante:
«Lembro com que sentimento de encanto folheava o caderno que um vizinho me emprestara.»
Minha pergunta é: o que significa exatamente esse «com que» nesse contexto? Como parafrasear essa oração? Seria esse um caso de anástrofe – isto é, uma passagem de «Lembro que, com sentimento de encanto, folheava o caderno que um vizinho me emprestara» para «Lembro com que sentimento de encanto folheava o caderno que um vizinho me emprestara»?
Tenho, porém, fortes dúvidas, porque em minhas pesquisas encontrei outro uso de «com que» que não parece decorrer de uma inversão:
«Mas, com que sentimento inesperado fui surpreendido pela visão quando cheguei diante dela! Uma impressão total e grandiosa preencheu a minha alma, impressão que eu certamente pude saborear e desfrutar, mas não conhecer e esclarecer, porque consistia em milhares de particularidades harmoniosas entre si.”* (Excerto de Escritos sobre Arte, Johann Wolfgang Goethe, tradução de Marco Aurélio Werle, 2008, 2.ª edição.)
Caso seja possível, agradeço se puderem indicar referências sobre essa locução «com que» e seu funcionamento sintático.
Coordenação de «antes de» e após
Na frase «Antes de e após isso ocorrer, você já deveria ter aprendido!», é obrigatório incluir o de logo após o antes?
Ou, pelo menos, recomendado?
Muitíssimo obrigado e um grande abraço!
Oração subordinada adverbial consecutiva reduzida: «Comemos a enjoar»
Consultando o dicionário de sinônimos da língua portuguesa, de Rocha Pombo, eis que me deparo com o seguinte abono no verbete da preposição a: «Comemos a enjoar.»
Sei que essa preposição, ao introduzir orações infinitivas, relaciona noções circunstanciais de condição ou tempo concomitante e, a meu ver, este contexto não permite perceber nenhuma dessas circunstâncias.
Para mim, essa oração seria parafraseável por: «Comemos tanto que enjoamos ou comemos a ponto de enjoar.»
Assim, por favor e se possível, peço um parecer sobre a correta interpretação para esse uso deste vocábulo em apreço.
Após e «depois de»
Poderiam me informar se há alguma doutrina que oriente a não usar a preposição após sugerindo a locução «depois de» em seu lugar?
Pergunto isso porque , sem mencionar o nome da obra tampouco seu autor, vi em um manual do tipo “dicionário de dúvidas de português”, o qual não aconselha o uso dessa preposição sugerindo substituí-la por «depois de».
