a) «Certifique-se de que os dados do seu passaporte possam ser lidos de forma clara e de que a imagem não contenha partes desfocadas ou afetadas por reflexos»;
ou b) «Certifique-se de que os dados do seu passaporte podem ser lidos de forma clara e de que a imagem não contém partes desfocadas ou afetadas por reflexos»?
Apesar de já ter lido uma resposta sobre este tema [...], confesso que as frases acima me deixam um pouco confuso quanto à possibilidade de utilização do conjuntivo, uma vez que o elemento de «certeza/realidade/facto» não é claro:
1 – A ação que condiciona a boa leitura do documento ainda não foi realizada;
2 – Subentende-se, com facilidade, que o leitor terá de fazer mais do que «certificar-se de que». Nomeadamente, terá de se esforçar por obter uma digitalização correta do passaporte. Ou seja, a expressão «certificar-se de que» comporta um significado mais abrangente do que um simples «verifique se está tudo bem»;
3 – Existe sempre a possibilidade de o leitor não seguir o conselho (por esquecimento, etc.).
Os elementos acima remetem-nos para outra explicação: «o emprego do subjuntivo também indica que uma ação, ainda não realizada, é concebida como subordinada a outra, expressa ou subentendida, de que depende diretamente». Por conseguinte, sinto-me tentado a considerar que a utilização do conjuntivo na frase a) é correta.
Estarei equivocado?
Grato pela atenção.
Eu sempre aprendi que uma locução verbal é formada por um verbo auxiliar (conjugado pelo sujeito) + um verbo principal (sempre na forma nominal):
• As pessoas |devem ser| felizes.
Porém, com a prática de ler vários artigos, percebi a existência de "locuções verbais" com 3 ou 4 verbos.
• As casas devem ser feitas em um ano.
• Você pode querer tentar ser alguém.
As minhas dúvidas são:
1. Esses verbos podem ser chamados de locuções verbais?
2. Se sim, como seria a classificação desses 3/4 verbos em relação a "auxiliar e principal"?
«Você poderia ter cantado mais.»
Obrigado.
Em "Não abrirei mão de meus sonhos", qual é a predicação verbal. Seria "abrir" um VTDI (verbo transitivo direto e indireto), com OD (objeto direto) «mão» e OI (objeto indireto) «de meus sonhos»?
Obrigado.
Como se pronuncia remoça e remoço, em «ele remoça» e «eu remoço», do verbo remoçar, que significa rejuvenescer? Pronuncia-se com "o" aberto ou fechado? Diz-se ele "remóça" ou ele "remôça"? Diz-se eu "remóço" ou eu "remôço"? A pronúncia, claro, eu sei que a conjugação não leva acentos.
Grato pela atenção dispensada.
Vejo, comumente, em português europeu (PE), frases como «João vai comer ao restaurante» ou «Milhões de imigrantes vão trabalhar para os Estados Unidos».
1) Equivalem essas frases a estas, em português brasileiro (PB): «João vai ao restaurante comer» e «Milhões de imigrantes vão para os Estados Unidos trabalhar»?
2) Se sim, nas frases em PE, o verbo ir se emprega apenas como principal, correto? E não como verbo auxiliar de comer e de trabalhar?
3) Se assim for, que raciocínio subjaz à construção sintática em PE, que traz a oração subordinada adverbial final reduzida de infinitivo para junto do verbo ir, numa construção que lembra o uso de ir como auxiliar?
Chamei oração subordinada final reduzida de infinitivo às orações «comer» e «trabalhar», porque entendo que sejam mesmo orações reduzidas de infinitivo, e não apenas verbos no infinitivo, porque estão em lugar de «para comer» e «para trabalhar». Em PB, pode-se inclusive dizer «João vai ao restaurante para comer» e «Milhões de imigrantes vão para os Estados Unidos para trabalhar».
4) Em PE, são gramaticais «João vai para comer ao restaurante» e «Milhões de imigrantes vão para trabalhar para os Estados Unidos»? Imagino que não. Por que não, se os verbos estão em lugar de orações subordinadas adverbiais com este exato sentido?
Desde já, agradeço-lhes a atenção.
No Brasil, algumas pessoas pronunciam a terceira pessoa plural do pretérito perfeito como se terminasse em "o" em vez de "am".
Por exemplo, ouve-se dizer «Eles não me devolverO(am) o dinheiro».
É coisa do Brasil só? De onde vem isso?
Vi no dicionário do Google que quisto era particípio passado de querer. Quando é que o suplantou o particípio querido?
Sou natural duma aldeia da Serra da Freita onde nos anos 1960 ainda se dizia o verbo trazer no pretérito perfeito de forma peculiar: troube, troubestes, troube, troubemos, troubero(um).
Haverá alguma explicação para essa peculiaridade?
Gostaria de saber se há alguma razão conhecida para o facto de, para os lados das chamadas «Terras de Santa Maria», ou seja, Santa Maria da Feira e arredores, haver uma pronunciação muito estranha do verbo entrar, nomeadamente entre as pessoas mais velhas, mas que ainda não cessou de ser transmitida também aos mais novos.
Ora acontece que por aqui, em vez de «tu entras por aquela porta e viras à direita», há muitas pessoas que pronunciam «tu éntres por aquela porta e viras à direita». Já quando se usa o plural, também aqui se diz «eles éntrem na casa pela garagem», em vez de «eles entram em casa pela garagem».
Gostaria também de perceber se isto, a ser um regionalismo, é exclusivo desta região, ou se estas formas distorcidas (e que, confesso, muita confusão me fazem) também são encontradas noutras regiões do país.
Obrigado.
Gostaria de saber se posso utilizar o verbo estugar normalmente ou se é um verbo com alguma característica especial (verbo defetivo) que não possa ser conjugado em todas as pessoas/modos/tempos verbais.
Queria utilizá-lo para descrever a forma como um lagarto sobe um ramo apressadamente. Posso dizer «O lagarto estuga pelo ramo acima»?
Muito obrigada. Os meus parabéns a toda a equipa.
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