Consultório - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
Início Respostas Consultório Classe de palavras: verbo
José Garcia Formador Câmara de Lobos, Portugal 1K

Sobre a adequação (semântica) inerente à expressão "golpe de Estado", não me parece aceitável dizer-se o seguinte:

«Estava a passar na rua e VI um golpe de Estado.?

Do ponto de vista semântico, perguntava-vos se podemos aceitar a frase ou se ela contraria o princípio da coerência.

Obrigado.

Quan Yang Estudante Lisboa, Portugal 1K

«...O temporal não há meio de parar...»

A frase é retirada de uma ficção.

O que quero saber é que neste contexto «o temporal» funciona como o sujeito ou um objeto anteposto?

Isabel Maria Leite Araújo Professora Guimarães, Portugal 1K

Na frase «Ele acusa-a de, por estar bem de saúde, se estar ralando para o que os outros sofrem...», a expressão «para o que os outros sofrem» desempenha a função sintática de complemento oblíquo ou modificador?

Obrigada.

Luís Pereira Professor Coimbra, Portugal 1K

Fui surpreendido com a seguinte análise sintática:

Na frase «Amarraram uma rede aos troncos», o constituinte «aos troncos» é substituível por lhes e classificado de complemento indireto.

Fico na dúvida se não é complemento oblíquo.

Podiam elucidar-me sobre esta classificação?

Obrigado pelo vosso trabalho.

Rui Parreira Professor Vieira de Leiria, Portugal 4K

Trata-se de uma temática gramatical difícil de entender e mais complicada, ainda, de explicar aos nossos alunos. Já consultei manuais escolares, gramáticas, o Ciberdúvidas e facilmente se encontram contradições nas explicações/exemplos apresentados. Gostaria, se possível, que, com exemplos, clarificassem a diferença entre estes dois aspetos e deixo, para isso, algumas questões:

(1) «O João correu durante uma semana.» (in Ciberdúvidas da Língua Portuguesa)

A frase anterior aparece como exemplo de valor iterativo. Não será antes perfetivo?

Numa gramática encontro que o valor habitual «refere uma situação recorrente num intervalo de tempo ilimitado» e apresenta o seguinte exemplo:

«É costume visitar o meu primo duas vezes por semana.»

Não haverá, nesta frase, limitação temporal com a utilização da expressão temporal «duas vezes por semana»?

Finalmente, no manual que utilizo, nos elementos linguísticos apresentados para os dois valores surge a expressão «todos os dias».

Desde já, muito obrigado. Agradeço os esclarecimentos possíveis.

Farajollah Miremadi Engenheiro Lisboa, Portugal 5K

Há alguma diferença entre "fazer de tudo" e "fazer tudo"?

Obrigado pela ajuda.

Guilherme Lemos Uberaba, Brasil 3K

Eis que tenho de fazer uma indagação... Tal pergunta é relativa ao livro O Alienista, escrito por Machado de Assis.

Não depreendi o sentido da expressão «...não podendo el-rei alcançar dele que ficasse em Coimbra...». Podem me elucidar esta frase?

No vocábulo, «alcançar dele» e, do mesmo modo, a conjugação do verbo «ficasse» (modo subjuntivo), não compreendi o porquê do emprego...

Que dizem?

Obrigado.

Flávio Gomes Instrutor de Inglês Brasil 4K

Dicionário Online de Português mostra que o verbo convir, em todas as suas acepções, é transitivo indireto, e, como exemplo na acepção de «demonstrar concordância ou entrar num acordo», cita a frase: «Convenho que estejas certo.»

Minha dúvida é: visto que ele é transitivo indireto, a frase correta não deveria ser obrigatoriamente «convenho EM que estejas certo»?

Obrigado!

Nelson Brás Tradutor Figueira da Foz, Portugal 4K

a) «Certifique-se de que os dados do seu passaporte possam ser lidos de forma clara e de que a imagem não contenha partes desfocadas ou afetadas por reflexos»;

ou b) «Certifique-se de que os dados do seu passaporte podem ser lidos de forma clara e de que a imagem não contém partes desfocadas ou afetadas por reflexos»?

Apesar de já ter lido uma resposta sobre este tema [...], confesso que as frases acima me deixam um pouco confuso quanto à possibilidade de utilização do conjuntivo, uma vez que o elemento de «certeza/realidade/facto» não é claro:

1 – A ação que condiciona a boa leitura do documento ainda não foi realizada;

2 – Subentende-se, com facilidade, que o leitor terá de fazer mais do que «certificar-se de que». Nomeadamente, terá de se esforçar por obter uma digitalização correta do passaporte. Ou seja, a expressão «certificar-se de que» comporta um significado mais abrangente do que um simples «verifique se está tudo bem»;

3 – Existe sempre a possibilidade de o leitor não seguir o conselho (por esquecimento, etc.).

Os elementos acima remetem-nos para outra explicação: «o emprego do subjuntivo também indica que uma ação, ainda não realizada, é concebida como subordinada a outra, expressa ou subentendida, de que depende diretamente». Por conseguinte, sinto-me tentado a considerar que a utilização do conjuntivo na frase a) é correta.

Estarei equivocado?

Grato pela atenção.

Henrique Riuna Químico Salvador, Brasil 17K

Eu sempre aprendi que uma locução verbal é formada por um verbo auxiliar (conjugado pelo sujeito) + um verbo principal (sempre na forma nominal):

• As pessoas |devem ser| felizes.

Porém, com a prática de ler vários artigos, percebi a existência de "locuções verbais" com 3 ou 4 verbos.

• As casas devem ser feitas em um ano.

• Você pode querer tentar ser alguém.

As minhas dúvidas são:

1. Esses verbos podem ser chamados de locuções verbais?

2. Se sim, como seria a classificação desses 3/4 verbos em relação a "auxiliar e principal"?

«Você poderia ter cantado mais.»

Obrigado.