DÚVIDAS

O uso do pronome o numa frase
do livro Cebola Crua com Sal e Broa, de Miguel Sousa Tavares
Comprei o livro Cebola Crua com Sal e Broa de Miguel Sousa Tavares. Na página 53 encontrei as frases seguintes: «A liberdade foi, de facto, a minha grande escola de vida. Comecei a aprendê-lo por mim mesmo, nos Jesuítas e contra eles, como já contei. E, simultaneamente, aprendi-o em casa dos meus pais e com os meus pais.» [...] o autor fez um erro em escrever «comecei a aprendê-lo (a liberdade) e aprendi-o (a liberdade) em casa dos meus pais...», ou existe outro motivo para utilizar a forma masculina? Obrigado.
A colocação frásica do advérbio não e dos pronomes átonos
Tenho uma questão relativa a desencadeadores de próclise. Sei que o advérbio não é um desencadeador de próclise em relação ao pronome clítico e ao verbo que o sucedem, como em «Não vos prefiro!» Poderá, no entanto, ser desencadeador de próclise se suceder ao verbo e ao pronome clítico, ou nunca será agente de próclise nesse caso? Nesse caso, poderemos, então, ter as seguintes frases: «Prefiro-vos não!», ou «Prefiro-vos, não!» Sendo estas frases regras de como a próclise não é consequência de causa proclítica se o agente desencadeador de próclise for sequência e não antecedente do verbo da oração. Ajudai-me em tal dúvida, por favor. [...]
«Em que» numa oração relativa
Gostaria muito de saber a função ou classificação da locução «em que» retirado de um versículo bíblico: «Mas Deus prova o seu amor para conosco, em que Cristo morreu por nós , sendo nós ainda pecadores.» (Romanos 5:8)1    1. N.E.: Versículo retirado de uma versão em linha da Bíblia Almeida Corrigida Fiel, a qual, por sua vez, se baseia na tradução do Novo Testamento por João Ferreira de Almeida (1628-1691), sacerdote português convertido ao protestantismo. À frase bíblica em causa deu-lhe o referido autor a seguinte formulação (mantém-se a grafia seiscentista): «Mas Deus encarece sua charidade pera com nosco, que Christo morreo por nós, sendo nós ainda pecadores.» No exemplo apresentado na questão, escreve-se corretamente conosco, forma normativa brasileira que, no português de Portugal, corresponde à grafia connosco,
Nada, como complemento direto
Na frase «Não comeste nada.», qual a função sintática desempenhada por nada? Ao que parece, será a de complemento direto, sendo que nada será um pronome indefinido. Contudo, a sua sobrevivência ao teste de substituição por pronomes pessoais átonos (o, os) é duvidosa. Foi uma questão levantada pelos meus alunos de 11.º ano, que me parece bastante plausível. Podem ajudar-me a tornar a situação mais clara?
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