DÚVIDAS

Divisão e classificação de orações/frases nas duas primeiras estrofes de Os Lusíadas
As armas e os barões assinalados Que, da Ocidental praia Lusitana, Por mares nunca dantes navegados, Passaram ainda além da Taprobana, Em perigos e guerras esforçados Mais do que prometia a força humana, E entre gente remota edificaram Novo reino, que tanto sublimaram; E também as memórias gloriosas Daqueles Reis que foram dilatando A Fé, o Império, e as terras viciosas De África e de Ásia andaram devastando, E aqueles que por obras valerosas Se vão da lei da Morte libertando Cantando espalharei por toda a parte Se a tanto me ajudar o engenho e arte.
A morfossintaxe de quanto (quantificador e pronome)
Agradecendo, desde já, a vossa preciosa ajuda, em questões várias, através das respostas dadas a outros consulentes, peço eu agora, também, e sem querer abusar da vossa paciência, um esclarecimento: a que classes morfológicas pode pertencer a palavra «quanto»? E na frase «Não sei quantos livros já terei lido», em particular? Será um pronome interrogativo ou um pronome relativo? Se é um pronome, que nome substitui? Se não é, talvez seja um determinante interrogativo. Se assim for, como classificamos a oração «(...) quantos livros terei lido»? Tratar-se-á, então, de uma oração subordinada substantiva relativa, ou será uma oração subordinada adjectiva restritiva (se for pronome relativo)? Não poderá ser uma oração subordinada adjectiva interrogativa indirecta (se se tratar de um pronome interrogativo)? Ou não é nada disto?
A análise sintáctica de tudo em «(...) porque a terra e o mar tudo era mar»
Antes de mais, bem haja pelo serviço que prestam! Sendo professor de Língua Portuguesa no Colégio Internato dos Carvalhos e face à disparidade de respostas dos discentes, gostaria de confirmar a função sintáctica de constuinte frásico na oração «(...) porque a terra e o mar tudo era mar.» (Vieira, António. "Sermão de Santo António aos Peixes", cap. II). 1.º "tudo", pronome indefinido, englobando «a terra e o mar» – sujeito – , funciona igualmente como sujeito e não como atributo do sujeito (?), falando-se, pois, de sujeito composto; 2. º "Tudo" não se liga ao predicativo do sujeito "mar", não havendo anástrofe, pelo que a oração não poderia ser "porque a terra e o mar era(m) tudo mar"(?).
Sobre bibliografia indicada para a nova terminologia
Edite Prada, na resposta de 22/09/2005, afirma que «subordinadas substantivas são as frases que têm função de complemento directo de outras». Ora também o são as que têm função de sujeito e de predicativo do sujeito. Ou não? Por outro lado, recomenda a consulta da obra Saber Português hoje: Gramática Pedagógica da Língua Portuguesa. Ora esta gramática, em certos aspectos, não segue a Nova Terminologia, continuando, por exemplo, com a designação de «complementos circunstanciais». Para além disso, na página 123, distingue atributo de aposto, designando este último como modificador nominal? Depois, explica que o atributo, além de modificador restritivo, pode ser modificador apositivo, se especifica o significado do nome, como no exemplo: «O vestido que trazias ontem, verde e azul, fica-te bem.» A minha questão é: neste caso, os adjectivos não são apostos? E o atributo não é também um modificador nominal?
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