Um caso de oração intercalada
Gostaria de colocar-lhes, hoje, duas questões de sintaxe sobre as quais agradecia o vosso sempre apreciado e autorizado comentário. A primeira relaciona-se com a classificação das orações na frase de abertura do "Sermão de Santo António aos peixes" do inimitável padre António Vieira: «Vós, diz Cristo Senhor Nosso, falando aos pregadores, sois o sal da terra:» Afiguram-se-me as seguintes hipóteses de classificação: Hipótese 1 1.ª oração: «Vós. sois o sal da terra», oração subordinante; 2.ª oração: «diz Cristo Senhor Nosso», oração subordinada explicativa (justificada por estar entre vírgulas); 3.ª oração, «falando aos pregadores", oração subordinada gerundiva (temporal). Hipótese 2 1.ª oração: «Vós sois o sal da terra», oração substantiva subordinada conjuncional integrante (subentendendo-se a conjunção integrante “que”, pedida pela forma verbal “diz”, verbo declarativo; 2.ª oração: «diz Cristo Senhor Nosso», oração subordinante; 3.ª oração: como no primeiro caso, subordinada gerundiva, com valor temporal. Hipótese 3 Considerar a parte de frase «diz Cristo Senhor Nosso, falando aos pregadores» como a frase introdutória do discurso da personagem (por conter uma expressão declarativa «diz Cristo Senhor Nosso» e «Vós sois o sal da terra» como discurso directo (da personagem, Cristo Senhor Nosso). Assim, na primeira frase teríamos que a primeira oração seria a subordinante, a segunda, subordinada gerundiva de valor temporal e «Vós sois o sal da terra», uma oração substantiva com o valor de complemento directo do verbo dizer. [...]
«Um dos que» + verbo na 3.ª pessoa do plural
Gostaria de saber como se faz correctamente a seguinte afirmação: «Fui um dos que fez despertar» ou «Fui um dos que fizeram despertar».
Que dif. de o qual
Quando usar que ou o qual? Há alguma regra para o emprego do pronome relativo que ou as formas no qual, os quais, dos quais, na qual etc.?
O uso do conjuntivo
O prezado José Neves Henriques escreveu: "Sabemos que o indicativo é o modo verbal que nos apresenta os factos verdadeiros, reais ou tidos como tal. E que o conjuntivo (ou subjuntivo no Brasil) é o modo que nos apresenta os factos incertos e os não reais." Tenho cá esta pergunta: Se esta é a explicação do conjuntivo / subjuntivo, porque é que usamos este modo em casos como o seguinte: "É pena que eu não saiba falar chino." Porque eu não sei falar chino – é um fa[c]to certo e real. Existem casos nos quais o conjuntivo / subjuntivo é usado para casos certos e reais? Obrigado.
Enviar-nos/nos enviar
Na vossa página dizem: "Não hesite em nos enviar as suas perguntas."Dizer: "Não hesite em enviar-nos as suas perguntas" não seria melhor português?
N. Coelho
Uma dúvida sobre o texto inicial do vosso sítio - sítio bastante interessante, diga-se de passagem. Em vez de "Não hesite em nos enviar as suas perguntas" não seria preferível escrever "Não hesite em enviar-nos as suas perguntas"?
