Consultório - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
Início Respostas Consultório Campo linguístico: Coesão/Coerência
Catarina Correia Estudante Setúbal, Portugal 2K

O que é que se depreende da seguinte frase: «e não diria que qualquer um não te fique indiferente, mas se não fica, devia ficar»? Esta construção frásica leva a crer que se não fica indiferente, deveria ficar, ou que se fica indiferente, não deveria ficar?...

É esta a minha talvez estranha mas sincera dúvida.

Obrigada.

Gilson Celerino Estudante Hanôver, Alemanha 25K

Minha pergunta alude ao emprego dos pronomes de tratamento você/vocês. Já me venho questionando há bastante tempo sobre a mistura que os brasileiros fazemos de você com os clíticos correspondentes a tu [te, ti (com pouca freqüência), contigo]. Cheguei inclusive a invejar os portugueses, e a elogiá-los, pelo uso conseqüente de tu (e seus derivados) e você [se, si, consigo, o(s), a(s), lhe(s)]. Contudo, tenho observado que também em Portugal se faz essa "confusão pronominal", quando se usa vocês e, em seguida, pronomes que se referem à segunda pessoa do plural — vós.

Imagino que seja mais fácil explicar através de exemplos. No Brasil: «O que "você" vai fazer hoje à noite, querida? Posso ir(-)"te" visitar?» (por «Posso ir visitá-la?»). Em Portugal (recortes de uma mensagem enviada por um português e publicada pelo Ciberdúvidas): «Antes de mais, os meus parabéns pela continuação do "vosso" sítio e pela ajuda...» (por «do "seu" sítio»); ao final da mesma postagem: «Agradeço antecipadamente qualquer luz que "me possam" dar» (ou seja, empregou vocês).*

Peço-lhes que me esclareçam: como se posiciona a norma-padrão a respeito disso? Como se chamaria esse fenômeno gramatical? Há algo a que possamos chamar "Concordância Pronominal"? De antemão o meu muito obrigado.

* Ao citar os exemplos acima, não quis generalizar, pois sei que há um grande número pessoas que usam as formas regulares.

Ana Silva Professora universitária Vila Real, Portugal 3K

Gostaria de saber se, na frase «A Comissão Executiva é constituída por um Presidente e quatro Vogais que representem cada um dos grupos de investigação, nomeados pelo Conselho Científico sob proposta da Direcção», se entende que todos os elementos constituintes da Comissão Executiva são nomeados pelo CC sob proposta da Direcção, ou se, da forma como está escrita, deixa entender que apenas os quatro vogais serão nomeados pelo CC sob proposta da Direcção?

Muito obrigada.

Ana Carvalho Professora Coimbra, Portugal 4K

Poder-se-á dizer «americanos dos Apalaches»?

Dinis Rebelo Estudante Valongo, Portugal 6K

É correcto dizer: «Os jovens somos...»?

Não é necessário explicitarmos: «Nós, os jovens, somos...»?

No vosso site, encontrei uma resposta que afirma que ambas as hipóteses são aceitáveis.

Obrigado.

Márcia Dalva Pedagoga Chapecó, Brasil 2K

Constantemente leio em manchetes ou ouço em chamadas de noticiários a seguinte frase: «Mais de (...) presos estão foragidos em (...)»

Pergunta: Há coerência nesta construção? Não contraria a lógica «se estão presos, logo não estão foragidos... se estão foragidos, logo não estão presos»?

Ainda, quem garante que estão foragidos naquele determinado local, marcado pela preposição em?

Seria "mais" correto – ao contrário de «Mais de dois mil presos estão foragidos em São Paulo» – utilizar uma construção como «Mais de dois mil presidiários paulistas estão foragidos»?

Fábia Lima Técnica de enfermagem Ap. Goiânia, Brasil 38K

Como identificar num texto as palavras-chave, as idéias-chave?

Cecília Aguiar Investigadora Lisboa, Portugal 6K

Numa interacção diádica, cada parceiro de interacção tem a sua vez. No entanto, a construção de frases com o substantivo vez dá origem a orações algo peculiares. Por exemplo, se eu contabilizar o número de vezes de cada interacção, é mais correcto dizer «uma interacção constituída por quatro vezes» ou posso utilizar alternativas como «uma interacção constituída por quatro tomadas de vez»?

Agradeço imenso a vossa atenção.

Raul Saraiva Estudante Leça da Palmeira, Portugal 2K

Em resposta a Sobre a «despenalização da interrupção voluntária da gravidez»:

Cara Edite Prada,
A minha questão é puramente linguística e, se não a entendeu, foi certamente porque eu não a explicitei correctamente.
Citando a sua resposta à minha questão inicial: «Na frase em causa, todas as expressões nominais que se seguem à palavra despenalização veiculam informação que se relaciona directamente com esta palavra. A expressão "da interrupção voluntária da gravidez" restringe o que vai ser despenalizado.»
Assim sendo, tal como disse inicialmente, a título de exemplo, a expressão «em estabelecimento de saúde legalmente autorizado» está directamente vinculada à expressão «despenalização». Por ser intuitivamente impossível acontecer a despenalização num hospital público (a despenalização é um acto jurídico, alheio ao sistema de saúde nacional, como certamente concorda), volto a perguntar se será legítimo considerar que esta frase/pergunta apresenta uma incongruência sintáctica, na medida em que a frase se desenvolve referindo-se à «interrupção voluntária da gravidez» (restringindo prazo, local, etc.), mas, estando, num ponto de vista sintáctico, a referir-se à «despenalização», tornando a frase sem nexo.
Esperando que agora tenha conseguido expressar-me correctamente,
Cumprimentos.

João Freire Oliveira Portugal 9K

Quando é que se pode usar a expressão «dá pelo nome»?

A pergunta tem razão de ser porque aparece frequentemente escrita ou dita em casos que me suscitam dúvidas, como por exemplo dizer «o edifício "dá pelo nome" de Império», quando é certo que se eu o chamar por esse ou outro nome ele nunca me vai responder. Não dá mesmo pelo nome.