Consultório - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
Início Respostas Consultório Campo linguístico: Coesão/Coerência
Pablo Ferreira Médico Goiânia, Brasil 15K

Cumprimento-os por este belíssimo site de auxílio a tantos amantes da língua portuguesa. Quanto tenho usufruído dele!

Minha dúvida recai sobre o verbo bastar. Em muitas situações, mesmo quando o utilizamos como intransitivo, ele parece pedir um complemento. Exemplos:

a) «Bastou ela ir embora para ele voltar.»

b) «Bastou o sol surgir, que as ideias também nasceram.»

c) «Bastou que o meu pai falasse, e todos se manifestaram.»

Estão essas frases acima corretas? Pode-se usar o verbo bastar seguido da preposição para ou das conjunções que ou e?

Há exemplos parecidos no Aurélio, Houaiss e Luft (Dicionário Prático de Regência Verbal), mas nada muito esclarecedor.

Peço-lhes ajuda.

Maria Manuel Pedrosa Consultora de proje{#c|}tos de comunicação empresarial Lisboa, Portugal 6K

Será que me podem ajudar no seguinte:

Em muitos documentos (extensos) sobre a actividade de uma determinada organização (empresa, escola, associação etc.) recorre-se ao uso do sujeito tanto na terceira pessoa do singular como na primeira pessoa do plural porque permite uma maior flexibilidade na apresentação dos conteúdos e porque diminui-se o número de vezes que se utiliza o nome da entidade. Dou um exemplo:

«Financeiramente, a EDP reforçou a sua posição. A EDP encaixou mais de mil milhões de euros na alienação de activos não estratégicos, 25% acima do compromisso inicial. Demonstrámos a nossa credibilidade no mercado, sobretudo no contexto de um mercado mais difícil (...)»

Gostaria de saber se é correcta esta utilização "dual" do sujeito. Eu tenho desenvolvido textos deste modo, considerando que não estava a cometer nenhuma incorrecção.

Muito obrigada pela vossa atenção.

Luciano Eduardo de OIiveira Professor Brno, República Checa 4K

Aqui afirma-se que depois de certos advérbios se usa a próclise. A minha pergunta é se assim se inclui entre esses «certos advérbios», mais especificamente, o que é mais comum/correto em português europeu: «Assim te divertes economizando», ou «Assim divertes-te economizando»?

Muito obrigado.

Adelaide A. Professora Mirandela, Portugal 11K

Poder-me-iam-dizer se a expressão «para além de» é um articulador do discurso?

Bruno Pereira Técnico em ele{#c|}tr{#ó|ô}nica Rio de Janeiro, Brasil 4K

Observe o período abaixo:

«A democracia é uma das formas de desenvolvimento da sociedade, mas não a única.»

O trecho «mas não a única» tem o verbo ser elíptico. Esse trecho consiste numa oração? Ou, melhorando a pergunta, o período acima é formado por duas orações, já que o verbo ser é retomado após a vírgula?

Nélson Coutinho Melco Engenheiro Curitiba, Brasil 8K

Ao estudar correlação verbal (assunto com pouco material), deparei-me com muitas dúvidas. Gostaria de saber se estas frases estão corretas em relação a esse aspecto. Além disso, peço que me mostrem a diferença de sentido entre as duas.

1) «Na minha infância, eu pedi que Fernanda seja minha namorada.»

2) «Na minha infância, eu pedi que Fernanda fosse minha namorada.»

Agradeço a atenção.

Diogo Amado Estudante Leiria, Portugal 7K

Imaginando, por exemplo, que se tem um artigo com uma lista das várias categorias de veículos existentes, e exista uma alínea desse artigo que diz o seguinte:

«Categoria B: Carrinhas de transporte de mercadorias e carrinhas de transporte misto até 3000 quilos.» A qual das carrinhas se referem os 3000 quilos? Referem-se apenas às carrinhas de transporte misto, ou às duas carrinhas em causa?

Obrigado.

Thiago Pin Desenvolvedor Vila Velha, Brasil 6K

É possível a separação do verbo e seus objetos?

Minha dúvida originou-se ao resolver o seguinte item de uma prova:

A questão dizia ser possível inserir sinal de dois-pontos depois de foram preservando a correção gramatical e a coerência textual.

O gabarito afirmava ser possível.

Eis o trecho:

«Os instrumentos utilizados foram a política de preços de energia, a política tecnológica e a política de incentivos e subsídios, além das medidas de restrição ao consumo através do estabelecimento de quotas às empresas do setor industrial.»

Isso se procede? Por quê?

Fernando Bueno Engenheiro Belo Horizonte, Brasil 3K

Parece-me estranha, na frase apresentada pelo consulente Nuno Pinho Melo em 5/2/2009, a coocorrência das conjunções e e todavia, embora admitida pelos distintos consultores Carlos Rocha e Rui Gouveia. A par da evidente redundância, pois ambas têm valor adversativo, ainda há o empobrecimento do estilo e da concisão.

«O homem corria, mas era lento» ou «O homem corria, e era lento» ou «O homem corria, todavia era lento». Mais simples e mais elegante.

Fernando Pestana Estudante Rio de Janeiro, Brasil 4K

Existe que tipo de coesão quando um texto é produzido apenas de orações absolutas? Por exemplo, «Acordou. Levantou. Andou. Lavou-se. (...)»

Grato.