DÚVIDAS

Ainda o verbo bastar
Cumprimento-os por este belíssimo site de auxílio a tantos amantes da língua portuguesa. Quanto tenho usufruído dele! Minha dúvida recai sobre o verbo bastar. Em muitas situações, mesmo quando o utilizamos como intransitivo, ele parece pedir um complemento. Exemplos: a) «Bastou ela ir embora para ele voltar.» b) «Bastou o sol surgir, que as ideias também nasceram.» c) «Bastou que o meu pai falasse, e todos se manifestaram.» Estão essas frases acima corretas? Pode-se usar o verbo bastar seguido da preposição para ou das conjunções que ou e? Há exemplos parecidos no Aurélio, Houaiss e Luft (Dicionário Prático de Regência Verbal), mas nada muito esclarecedor. Peço-lhes ajuda.
O uso do sujeito tanto no singular como no plural (textos promocionais)
Será que me podem ajudar no seguinte: Em muitos documentos (extensos) sobre a actividade de uma determinada organização (empresa, escola, associação etc.) recorre-se ao uso do sujeito tanto na terceira pessoa do singular como na primeira pessoa do plural porque permite uma maior flexibilidade na apresentação dos conteúdos e porque diminui-se o número de vezes que se utiliza o nome da entidade. Dou um exemplo: «Financeiramente, a EDP reforçou a sua posição. A EDP encaixou mais de mil milhões de euros na alienação de activos não estratégicos, 25% acima do compromisso inicial. Demonstrámos a nossa credibilidade no mercado, sobretudo no contexto de um mercado mais difícil (...)» Gostaria de saber se é correcta esta utilização "dual" do sujeito. Eu tenho desenvolvido textos deste modo, considerando que não estava a cometer nenhuma incorrecção. Muito obrigada pela vossa atenção.
A correlação verbal e a diferença de sentido entre duas frases
Ao estudar correlação verbal (assunto com pouco material), deparei-me com muitas dúvidas. Gostaria de saber se estas frases estão corretas em relação a esse aspecto. Além disso, peço que me mostrem a diferença de sentido entre as duas. 1) «Na minha infância, eu pedi que Fernanda seja minha namorada.» 2) «Na minha infância, eu pedi que Fernanda fosse minha namorada.» Agradeço a atenção.
«Carrinhas de mercadorias e carrinhas de transporte misto até 3000 quilos»
Imaginando, por exemplo, que se tem um artigo com uma lista das várias categorias de veículos existentes, e exista uma alínea desse artigo que diz o seguinte: «Categoria B: Carrinhas de transporte de mercadorias e carrinhas de transporte misto até 3000 quilos.» A qual das carrinhas se referem os 3000 quilos? Referem-se apenas às carrinhas de transporte misto, ou às duas carrinhas em causa? Obrigado.
Os dois-pontos, a correcção gramatical e a coerência textual
É possível a separação do verbo e seus objetos? Minha dúvida originou-se ao resolver o seguinte item de uma prova: A questão dizia ser possível inserir sinal de dois-pontos depois de foram preservando a correção gramatical e a coerência textual. O gabarito afirmava ser possível. Eis o trecho: «Os instrumentos utilizados foram a política de preços de energia, a política tecnológica e a política de incentivos e subsídios, além das medidas de restrição ao consumo através do estabelecimento de quotas às empresas do setor industrial.» Isso se procede? Por quê?
Ainda «O homem corria e, todavia, era lento»
Parece-me estranha, na frase apresentada pelo consulente Nuno Pinho Melo em 5/2/2009, a coocorrência das conjunções e e todavia, embora admitida pelos distintos consultores Carlos Rocha e Rui Gouveia. A par da evidente redundância, pois ambas têm valor adversativo, ainda há o empobrecimento do estilo e da concisão. «O homem corria, mas era lento» ou «O homem corria, e era lento» ou «O homem corria, todavia era lento». Mais simples e mais elegante.
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