DÚVIDAS

As formas têm e tẽem, de ter
Por que motivo se abandonou a forma "teem" por "têm", quando a pronúncia se calhar até recomendaria uma forma que ligasse a "entretém", "também", "Sacavém", ou seja, uma hipotética forma "téem"? "Téem" mantém as duas sílabas visualmente correspondentes à pronúncia. E se "têm" tem de ser lido com duas sílabas, então porquê termos "vêm" por "véem", mas termos só "vêem", este sim perfeitamente lógico, com duas sílabas. Ainda por cima, "ê" não corresponde em mais nenhum caso senão nos "-êm" ao som "â" (peço desculpa por não saber utilizar o alfabeto fonético). Já "é" por "â" é comum nos tais "-ém".
A analogia na flexão verbal
Várias realizações da língua portuguesa são explicadas pela analogia. Vejam-se exemplos em «teu» e «seu», que se formaram por analogia com «meu» e não seguiram a evolução directa a partir de ‘tuum’ e ‘suum’. Ora no pretérito imperfeito do indicativo (como, aliás, noutros tempos) do verbo dizemos «cantávamos» (não "cantavamos") e «cantáveis» (não "cantaveis") por analogia com as formas anteriores do mesmo tempo verbal. Porque não fazemos o mesmo no presente do conjuntivo: *Cântemos, *cânteis? Muito grato ficaria com a vossa amável resposta.
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