Sharia / xaria / charia / xária?
Como deverá ser escrita em textos portugueses a palavra árabe (e mais ou menos intraduzível) que designa a lei islâmica?
É frequente vermos a forma inglesa “sharia”. Acabo de ler, no Público, a versão “charia”. O dicionário da Academia das Ciências de Lisboa não tem nenhuma entrada para o efeito.
Penso que o som /ch/, quando provindo de palavras árabes ou persas, deve ser representado por um “x”. Mas ainda fico com uma dúvida: a palavra é esdrúxula (logo, “xária”) ou grave (“xaria”)?
Gostaria de saber, nos seguintes exemplos com mais de 4 sílabas, se há um acento secundário que, quando houver, faz sobressair a sílaba em que recai em comparação com as sílabas adjacentes, além do acento primário propriamente dito (o acento primário está marcado com ') e em que sílaba é que há este acento secundário;
hospi'tal
orga'nismo
organiza'ção
observa'ção
obriga'ção
origi'nal
originali'dade
ourivesa'ria
obede'cer
afri'cano
econo'mia
orgu'lhoso
oportuni'dade
recon'quista
ocul'tado
Muito obrigado!
Gostaria de saber como se pronuncia o x em duas palavras: xenofobia e sintaxe. Os prontuários dão uma pronúncia que me parece esquisita. Gostaria de saber qual é o uso actual em Portugal.
Obrigada pela resposta.
Sou estudante do curso de Ensino Básico – 1.º Ciclo e, numa aula de português, surgiram dúvidas quanto à transcrição fonética das seguintes palavras: "perante", "pedante", "querubim", "piada" e "piano" (estão a cheio os sons relativamente aos quais surgiu a dúvida). Uma vez que não consigo encontrar nenhum dicionário de português com transcrição fonética das palavras, agradecia que me ensinassem a transcrição correcta destas palavras no dialecto norma-padrão, com explicação.
Muito obrigado.
Refiro-me à resposta dada em Janeiro deste ano, a uma questão a propósito da pronúncia de Jápeto, o titã da Mitologia Clássica Grega, em que, a propósito, foi defendida a pronúncia Úrano para outra personagem daquela Mitologia. Depreendi que essa pronúncia era igualmente recomendada para o planeta do sistema solar. Com todo o respeito, venho apresentar as minhas reservas.
Sei que esta acentuação e a consequente pronúncia são defendidas igualmente por outros filólogos eminentes e no Vocabulário da Língua Portuguesa de F. Rebelo Gonçalves e na maioria, mas não em todas por conseguinte, das enciclopédias portuguesas.
Recolhido na minha condição que não escondo, de ignorante em questões etimológicas, pois não sei Grego e o pouco Latim do liceu já o esqueci, apesar disso atrevo-me a questionar tal pronúncia recomendada, pois me parece que contraria o uso corrente que tenho constatado e julgo que o uso corrente não pode ser ignorado e desatendido. Para maior conforto da minha tese, inquiri junto do meio académico, discente e docente, e no profissional e amador astronómico, portanto junto de gente não iletrada nem ignorante, qual a forma oral que utilizam, tendo concluído que é Urano. No muito recente e conceituado Dicionário Enciclopédico de Astronomia e Astronáutica de Ronaldo Rogério de Freitas Mourão, igualmente Urano é a forma adoptada.
Por tudo isto, estranho a defesa de Úrano, pois me parece que não obstante a etimologia deva ser tomada em consideração por respeito ao rigor e às origens, também o uso corrente e geral e a naturalidade e facilidade da pronúncia, devam ser preponderantes e decisivos, prevalecendo sobre os radicalismos etimológicos. Se assim não fosse o Português como qualquer outro idioma, seria uma língua sem evolução, o que sabemos não sucede.
Acresce ainda que em linguagem corrente exprimimo-nos em Português, para Portugueses vulgares de hoje e não só para os saudosistas do Grego ou do Latim como se falavam há mais de dois mil anos. Defendo em suma, uma linguagem em que as palavras se adaptem às características do idioma e da sua evolução e à facilidade e naturalidade da pronúncia usual. Isto é, que as palavras se pronunciem como na generalidade os nossos contemporâneos as pronunciam naturalmente no seu meio académico e profissional e não conforme eram pronunciadas pelos Gregos ou Romanos. Sei que o exemplo de Úrano/Urano, no que se refere à pronúncia recomendada em relação ao uso e à naturalidade e facilidade de expressão oral, não é único, pois se lhe podem juntar muitos outros, como Éolo/Eolo, Pólux/Polux, Ájax/Ajax, Cíbele/Cibele, embora com menos uso de que Urano. Quem, entre o público em geral, diz Éolo e não Eolo? Se seguíssemos as recomendações de F. Rebelo Gonçalves e não só, como se pronunciaria Íinx? Não ficaria melhor no nosso idioma, Inx ou Inxe, tal como Aquelou ou Aquelo, em vez de Aqueloo, Astianax em vez de Astíniax, Anteros ou Antero em vez de Ânteros, Calais em vez de Cálais, Ceix em vez de Céix, Danae em vez de Dánae, Eunoe em vez de Éunoe, Náusica ou Nausica em vez de Nausícaa, Ogiges em vez de Ógiges, etc, etc.?
No inquérito que efectuei, uma das respostas que obtive foi Urano na forma oral, por obediência ao uso geral, mas curiosamente a mesma pessoa escreve Úrano por contemporização com a erudição. Por outras palavras, o confronto do uso contra a cultura etimológica e da cultura etimológica contra o uso.
Porque não confraternizam?
Por tudo isto não posso conformar-me com a vossa recomendação e peço que me elucidem se a minha posição é de todo inválida, ou se os filólogos e etimologistas estão à espera nestes casos, que o uso seja mais disseminado e incontornável, para só então contemporizarem e deixarem de ser um grupo de excepção.
Não descortinem por favor quisquer intenções minhas de de questionar a utilidade e a premência das recomendações etimológicas que procuro conhecer por gosto e aprendizagem.
Apenas defendo que essas recomendações devam atender até com antecipação por previsão, ao uso, à naturalidade e à facilidade da expressão oral.
Não faltam outros campos de intervenção e de afirmação para os filólogos, nomeadamente tentativas de antecipação ao uso de estrangeirismos que nos inundam e vão continuar a inundar. Serão certamente bem-vindas recomendações, bem difundidas, do aportuguesamento disciplinado desses estrangeirismos ou as sugestões de termos portugueses de substituição. Para tanto, ouvindo sem preconceitos os meios académicos e profissionais das especialidades em causa, para se obterem soluções consensuais.
Muito grato pela vossa atenção e tembém pela vossa ajuda se entenderem que a mereço.
Por que motivo se lê o "u" em palavras como "equestre" e não se lê em palavras como "aquele"?
Obrigado, antecipadamente.
Ouve-se muita gente, na rádio, pronunciar "veículo" da seguinte forma: "vei-í-culo".
Será motivo para puxão de orelhas? Ou estarão perdoados?
Qual é a forma correcta: eles constroiem ou eles constroem?
É correcto usar-se a flexão em género do advérbio "muito", como se faz por exemplo com "muita grande"?
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