Consultório - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
Início Respostas Consultório Área linguística: Gramática
Patrícia Sanches Desempregada Faro, Porrtugal 23K

Gostaria que me explicassem o uso dos demonstrativos nesse, neste e naquele em relação ao tempo. Seriam nesse e naquele referência ao passado e neste ao presente?

Nesse dia, eu estava doente.

Ela partiu a perna, naquele fim de semana.

Neste momento, eu não posso.

Ainda que a minha interpretação esteja correta, existe alguma diferença entre o nesse e naquele? Seria naquele para se referir a um passado mais longínquo? Essas mesmas interpretações de tempo servem para o desse, deste e daquele? Não consigo pensar em nenhuma frase que pudesse ter essa interpretação.

Caso esteja errada, poderiam dar-me alguns exemplos, por favor?

Agradeço a atenção dispensada.

Sónia Neco Professora Luanda, Angola 1K

No segmento «Destinada a alargar a um maior número de leitores a fruição destes tesouros da cultura medieval portuguesa…», o verbo alargar exige um completo oblíquo e um completo direto ou um complemento indireto e um complemento direto?

Muito obrigada!

Flávio Gomes Instrutor de Inglês Belo Horizonte, Brasil 5K

Preciso entender a sintaxe do verbo evadir, pois os dicionários que consultei me deixaram com mais dúvidas do que já tinha.

O Dicionário Online de Português mostra que esse verbo é transitivo direto e pronominal quando a definição for «afastar-se de uma resposta direta». Porém, logo em seguida, cita uma frase com preposição: «evadir-se a uma crítica». Se o verbo é transitivo direto, a frase correta não seria «evadir-se uma crítica»? Porém, admito que ficaria estranho. Portanto, o mais correto não seria dizer que o verbo é transitivo indireto, citando a referida frase como exemplo (evadir-se a uma crítica)?

A minha dúvida vem da frase que pretendo escrever em que um filho faz uma pergunta a que a mãe não sabe como responder. A frase é: «Pega de surpresa, ela sorri desconcertadamente e tenta se evadir da resposta.»

Fico grato se puderem me elucidar esse enigma!

José Garcia Formador Câmara de Lobos, Portugal 9K

As locuções «não só...mas também...», «tanto...como...», «seja... seja...» devem-se fazer acompanhar de alguma vírgula?

«O Rui não só era estudioso mas também muito persistente.»

«Conquistou várias vitórias tanto a nível económico como social.»

«O João tanto trabalhava em casa como praticava desporto.»

«É preciso ser persistente seja nos tempos bons seja nos tempos maus.»

Cordialmente.

Phelipe de Andrade Estudante – Faculdade de Comunicação Social Entroncamento, Portugal 3K

Minhas dúvidas estão em volta de uma coisa que foi me ensinada no ensino fundamental e que eu diversas vezes presenciei: que, quando numa sala cheia de "garotas" e com somente um "garoto", os termos corretos a se dizer são sempre no masculino, por ex., «todos vocês».

Logo, se há mais de um gênero de pessoas num mesmo espaço, é obrigação do enunciador dizer os termos em masculino.

Isso não implica que o gênero masculino é também, em determinadas circunstâncias, o termo neutro da língua portuguesa?

Logo, mesmo me referindo a um grupo formado somente por não-binários e mulheres, o correto termo a usar é “eles”.

Então, o termo neutro da língua portuguesa, (pelo que eu entendo ser o “elus”), só pode ser usado para se referir a um grupo de não-binários, e não a todos os gêneros que forma o espectro?

Seria tudo isso correto, ou o uso do masculino, quando se fala com o público geral, é só um sinal do machismo/misoginia na língua portuguesa?

Manuela Costa Mãe Almada, Portugal 4K

Se o verbo intransitivo fala só por si, porque na frase «A Alda caminhou muito» dizem que é verbo intransitivo, mas tem um complemento – muito?

Agradeço a vossa explicação.

Paulo de Sousa Tradutor Estoril, Portugal 2K

Existe em português, do ponto de vista gramatical, a designação «verbo composto»?

Na língua inglesa, chama-se compound verb ou complex predicate ao verbo que consiste em pelo menos duas palavras ou por uma palavra composta (combinação de dois nomes). Este tipo de verbos divide-se geralmente em quatro grupos:

(1) «prepositional verbs» [verbos preposicionados (?)] – verbo + preposição (os dois elementos não são geralmente passíveis de separação);

(2) «phrasal verbs» [verbos sintagmáticos (?)] – verbo + partícula (preposição ou advérbio, ou ambos, sendo os dois elementos passíveis de separação);

(3) «verbs with auxiliaries» [verbos com auxiliares (ser ou estar)] – ser/estar + verbo;

(4) «compound single-word verbs» [verbos constituídos por uma palavra composta (podendo esta estar separada por um hífen) – Ex. «daydream» (fantasiar) ou «sight-read» (ler de improviso).

Grato pela atenção.

Hélder Moreira Porto Portugal 2K

Gostaria de saber qual a função sintática do constituinte «na faculdade», na frase «Ele anda na faculdade». Pelo facto de o verbo andar, no contexto, poder ser substituído por estar, deve ser classificado como copulativo?

Antecipadamente, muito obrigado pela resposta.

Sara Leite Professora Lisboa, Portugal 2K

Na resposta "Adjetivos qualificativos vs. adjetivos relacionais", Ana Martins afirma que os adjetivos relacionais ocupam posição pós-nominal (depreende-se que seja sempre) e dá como exemplo "monocromático".

Ora, no conhecido filme de animação Madagáscar, um dos pinguins refere-se à zebra como "meu monocromático amigo". Isto estará errado?

Por outro lado, na mesma resposta diz-se que os adjetivos relacionais não são graduáveis. Então, não é correto considerar que um enredo é "kafkianíssimo"?

A resposta citada refere, ainda, que os adjetivos relacionais não podem ocorrer em posição predicativa, o que me espanta, pois é possível dizer que "um jornal é diário ou semanal". Ou não estão os adjetivos diário e semanal, neste caso, em posição predicativa? Finalmente, esclarece-se que os adjetivos relacionais não têm antónimos. No entanto, podemos considerar que policromático é o antónimo de monocromático... ou não?

Não pretendo pôr em causa a resposta fornecida, mas resolver a minha dificuldade em distinguir os adjetivos relacionais dos qualificativos!

Grata pela vossa atenção e parabéns pelo excelente e meritório trabalho!

Orfeu Molino Estudante João Pessoa, Brasil 1K

Li em um jornal brasileiro a seguinte notícia: «Leonardo DiCaprio viverá líder espiritual que incentivou suicídio de 900 pessoas».

O verbo viver é transitivo direto nesse caso?

É corrente o uso de tal verbo no sentido de «representar»?