Ao ler o livro em epígrafe (1913, Ed. Aillaud, Alves & Cia, p. 141), deparei-me, no conto intitulado "O Solar de Montalvo", de Aquilino Ribeiro, com o seguinte excerto:
«Na sala que abria para o pomar, a mão dum finado ardia numa luz resplendente e alva que cegava.»
A expressão «mão do finado» surge também no conto homónimo de Teófilo Braga (Contos Tradicionais do Povo Português).
Procurando o significado da expressão «mão de finado», somente encontrei o sentido de «avarento». No entanto, em ambas as obras acima citadas parece que o sentido não se refere a um adjetivo, mas sim a um substantivo, o qual não consegui descodificar.
Assim sendo, venho solicitar ajuda para conhecer o sentido correto da expressão «mão de finado».
Entre colegas, surgiu uma discussão sobre um recurso expressivo na estância 19 d'Os Lusíadas: anástrofe ou hipérbato?
Já no largo Oceano navegavam,
As inquietas ondas apartando;
Os ventos brandamente respiravam,
Das naus as velas côncavas inchando;
Da branca escuma os mares se mostravam
Cobertos [...]
Nesta estância, podemos afirmar que estamos perante anástrofes em «Das naus as velas côncavas inchando» e «Da branca escuma os mares se mostravam/ Cobertos»?
Considero que o hipérbato consiste numa alteração "violenta" na ordem natural da frase, como "os casos que o Adamastor contou futuros".
Desde já, agradeço o vosso esclarecimento.
No segmento «um monstro tão dissimulado, tão fingido, tão astuto, tão enganoso, e tão conhecidamente traidor?» (Padre António Vieira, Sermão de Santo António), podemos constatar a presença de uma gradação. Mas, não podemos constatar também a presença de uma anáfora? Ou a anáfora é apenas a repetição de palavras no início de, pelo menos, duas frases ou dois versos?
Costumeiramente se afirma que no famoso verso de Camões «Que da ocidental praia lusitana» (Os Lusíadas, I, II) há uma sinédoque.
Dizem que o poeta toma a praia por toda a nação portuguesa, mas o que me parece é que a expressão «ocidental praia lusitana» se refere ao porto de Lisboa, que fica na parte ocidental do país.
Por tudo isso, peço humildemente que me expliqueis a correta interpretação do verso camoniano e como chegar a ela.
Na obra Auto da Lusitânia, de Gil Vicente, a abordagem do tópico acima apresentado é lógica na relação de Sol e Lisibea?
Coloco esta questão, visto que na obra não surgem grandes indicações quanto a este relacionamento.
Aliás, com a leitura da segunda parte da farsa em análise, apenas se sabe que do amor de Sol e Lisibea resulta o nascimento da belíssima jovem Lusitânia...
Agradecia um esclarecimento quanto a esta questão!
Minha dúvida é deveras simples: qual é o sentido da preposição em em textos religiosos, por exemplo, «Por Cristo, com Cristo e em Cristo», «escravo de Jesus em Maria»?
Tratar-se-ia de um sinônimo mais cerimonioso de «por meio de», «mediante», «com o auxílio de», etc.?
Agradeço-vos desde já.
Gostaria de perceber se na expressão «Chora-me o coração que se enche e que se abisma», da segunda parte de "O sentimento dum ocidental" de Cesário Verde, está presente uma hipálage, personificação ou metáfora.
Ou se estão presentes todas estas figuras de estilo, mas a metáfora é mais evidente e abrangente.
Desde já, obrigada!
Gostaria de saber se a expressão "vigésima quinta hora" existe no português de Portugal (conheço-a do seu uso na língua inglesa...). E, caso não se use, se há uma expressão equivalente.
Muito obrigado.
Pode considerar-se que existe rima entre as palavras vivida e pensada?
«Pequeno pormenor» não é um pleonasmo?
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