Sempre ouvi desde pequeno que a frases «Não me toque em mim» está errada e que o certo ou é «Não me toque» ou «Não toque em mim», mas há pouco, estudando mais da nossa bela língua, me surgiu uma dúvida.
Napoleão Mendes de Almeida [na Gramática Metódica da Língua Português] fala de «reflexibilidade atenuada de ação» — algo assim, se não me engano — e usa como exemplo a frase «Ele se morre de tristeza».
Gostaria de saber se é a mesma coisa.
Qual das seguintes frases é a mais correta?
«Cabe-nos respeitar a sua opinião», ou «Cabe a nós respeitarmos a sua opinião»?
Tanto numa frase como na outra o verbo respeitar está no infinitivo pessoal, e gostaria de saber o porquê.
Gostaria de entender o processo de construção da frase «não estou confiante "se ela está boa"».
Entendo que teríamos de escrever «não estou confiante de que ["que" ou "em que"] ela esteja boa» por causa da regência nominal de confiante. Porém, venho escutando a primeira com certa incidência.
Poderia pensar que a força da oração hipotética («se ela está boa») quebra a oração subordinada substantiva completiva nominal? Haveria alguma explicação gramatical ou linguística para tal fenômeno?
Obrigado!
Sei que não devemos dizer «ao nível de» quando pretendemos empregar o sentido de «no âmbito de».
Mas é correto dizer «A crise fez com que Portugal se atrasasse a todos os níveis»?
Tenho uma pequena dúvida: regendo o verbo dissociar a preposição de («É necessário dissociar a água do fogo», por exemplo), o mais correto é dizer e escrever, por exemplo, «... para uma maior dissociação económica da China», e não «com a China»?
Estou certo, ou estarei a incorrer nalgum erro?
Obrigado.
Certa vez, Napoleão Mendes de Almeida, creio eu que no seu Dicionário de Questões Vernáculas, disse, do seu jeito prescritivista, que deveríamos ter bem clara a distinção entre «tenho que» e «tenho de». Segundo ele, frases como «ela afirmou que eu tinha que tomar mais cuidado» seriam mais bem formadas com o uso de «tenho de», ou seja, de forma correta escreveríamos e diríamos: «ela afirmou que eu tinha de tomar mais cuidado».
«Ter que» seria usado no sentido aqui discutido: «tenho mais que fazer».
Contudo, é fato que no Brasil quase todos dizem «tenho que fazer X» e, no caso de «tenho mais que fazer», — é o que me parece — dizem «tenho mais o que fazer».
No primeiro caso, acabamos, por coincidência ou não, convergindo no uso com o espanhol, idioma em que se diz «tengo que».
No entanto, no segundo, acabamos por criar algo próprio, ou seja, em vez de manter o «tenho mais que fazer», pusemos um o antes do que. (“Criando” porque me parece mais natural que a novidade seja nossa, já que em tanto no português europeu quanto no espanhol há a mesma forma, e a divergente é a construção brasileira.)
A pergunta é: como é que houve essa inovação no Brasil? Conseguem dar hipóteses? Terá sido uma questão fonética?
Devo dizer «os nossos esforços hão-de* resultar», em vez de «haverão de resultar», certo?
Mas não compreendo em que situações devo usar a forma haverão.
N.E. O consulente segue a norma anterior ao Acordo Ortográfico 90 na grafia da palavra.
Na frase «o professor fez as vezes de aluno», qual a função sintática do termo «as vezes de»?
Obrigado.
A minha dúvida é a propósito da seguinte frase: «Caso fizesses a tarefa, terias nota.»
Gostava de saber se o uso da conjunção caso, nesta frase, é compatível com o verbo no pretérito imperfeito (conjuntivo).
Tenho insistentemente pesquisado a respeito deste assunto; porém o único uso que tenho encontrado como, normativamente, aceitável é: «a conjunção CASO deve ser usada com o verbo no presente do conjuntivo.»
No entanto, tenho visto pessoas a usarem-na, sistematicamente, com o pretérito imperfeito(conjuntivo). Gostava de, por favor, saber se este é um uso particular e, normativamente, reconhecido no Português Europeu. Para terminar, já tentei ler sobre o assunto aqui no vosso repertório, porém não fiquei satisfeito, ou seja, não fiquei esclarecido.
Desde já, agradeço a atenção. Votos de força nesta fase difícil por que o mundo está a passar (COVID-19).
É certo afirmar que, em «Agora, o que não pode é esculhambar a gente, assim na cara dura», «agora» é conjunção? É correto esse uso?
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