Vejo, comumente, em português europeu (PE), frases como «João vai comer ao restaurante» ou «Milhões de imigrantes vão trabalhar para os Estados Unidos».
1) Equivalem essas frases a estas, em português brasileiro (PB): «João vai ao restaurante comer» e «Milhões de imigrantes vão para os Estados Unidos trabalhar»?
2) Se sim, nas frases em PE, o verbo ir se emprega apenas como principal, correto? E não como verbo auxiliar de comer e de trabalhar?
3) Se assim for, que raciocínio subjaz à construção sintática em PE, que traz a oração subordinada adverbial final reduzida de infinitivo para junto do verbo ir, numa construção que lembra o uso de ir como auxiliar?
Chamei oração subordinada final reduzida de infinitivo às orações «comer» e «trabalhar», porque entendo que sejam mesmo orações reduzidas de infinitivo, e não apenas verbos no infinitivo, porque estão em lugar de «para comer» e «para trabalhar». Em PB, pode-se inclusive dizer «João vai ao restaurante para comer» e «Milhões de imigrantes vão para os Estados Unidos para trabalhar».
4) Em PE, são gramaticais «João vai para comer ao restaurante» e «Milhões de imigrantes vão para trabalhar para os Estados Unidos»? Imagino que não. Por que não, se os verbos estão em lugar de orações subordinadas adverbiais com este exato sentido?
Desde já, agradeço-lhes a atenção.
Na frase «Que haja um só rebanho e um só pastor sempre foi a maior preocupação da Igreja», o termo «Que haja um só rebanho e um só pastor» é oração substantiva subjetiva ou oração substantiva predicativa?
Obrigado.
Li o seguinte num jornal diário:
«Vítima identifica imediatamente agente condenado por o agredir.»
Será correcto dizer/escrever «condenado POR O agredir»?
Ou seria mais correcto dizer "«condenado por agressão», ou talvez melhor ainda «condenado por agredi-lo»?
Desde já o meu obrigado.
Apesar de já ter lido por aqui que há várias exceções às regras de concordância entre sujeito e verbo, gostava de esclarecer se os casos que exponho abaixo – em que o sujeito (que remete para um coletivo) está no singular e o verbo no plural – estão efetivamente errados e se o correto seria o verbo estar no singular (ficou infetado, está em quarentena, está a ser procurado)
«Um total de 35 médicos ficaram infetados com covid-19»
«Um total de 340 pessoas estão em quarentena»
«Um grupo de 30 migrantes estão a ser procurados»
Isto porque, embora não se trate de expressões numéricas, como na frase «Mil euros não será demais?», os sujeitos remetem para a ideia de coletivo. Nestes casos, pode o sujeito estar no singular e o verbo no plural, uma vez que se refere ao número de pessoas?
A minha dúvida aplica-se, sobretudo, ao verbo ser.
Obrigada
Numa aula, surgiu a dúvida em relação à classificação de uma das orações da seguinte frase:
«A Antonieta, uma rapariga que conheci no parque, é simpática.»
A questão prende-se com a oração entre vírgulas.
Se fosse «que conheci no parque», seria uma subordinada adjetiva relativa explicativa, mas, neste caso, como a poderei classificar?
Agradeço a ajuda.
Em «O Bernardo é o que mais trabalha», a oração «o que mais trabalha» é substantiva relativa com função de predicativo de sujeito?
Agradecido.
Em «Eu sei como resolver o problema», «como resolver o problema» é uma oração subordinada substantiva relativa com função de complemento oblíquo?
Ou estou equivocado?
Agradecido pela ajuda
O complemento do advérbio existe como função sintática? Sei que o advérbio e os elementos a ele ligados desempenham muitas vezes a função de modificador, mas desempenham também a de complemento do advérbio?
Coloco esta questão, porque esta função sintática não surge no Dicionário Terminológico, surgindo apenas listados o complemento do nome e do adjetivo. Além disso, também não surge nas aprendizagens essenciais para o secundário nem surgiu nas metas curriculares.
Muito grata pela resposta.
«As lições morais que encerram os relatos sobre animais é uma das principais características que distinguem os bestiários dos tratados de história natural anteriores.»
Na frase acima está correta a concordância do verbo ser?
Obrigado.
Epiphânio Dias, na sua Sintaxe histórica, pág. 277 [2.ª edição, 1933], considera a conjunção que seguida de não como causal com o valor de e, mas não alcancei o porquê; quer-me parecer que «que não» nos contextos indicados pelo autor equivale a exceto.
Pode classificar-se ainda hoje o que que aparece nesse contexto como causal, como pensa Epiphânio Dias? Pode ver-se nesse que um que relativo substituível por o qual?
Obrigado.
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