A mãe de um amigo meu de infância me disse que eu não posso chamar três amigas pessoais minhas daqui de Vitória (Espírito Santo) de conterrâneas, já que não somos naturais da mesma cidade, ou, por extensão, do mesmo estado (eu próprio sou natural de Brasília, a primeira e a terceira são naturais de Timóteo [Minas Gerais] e a segunda é natural do Rio de Janeiro [cidade]).
Acontece que o dicionário explica que conterrâneo(a) é quem é da mesma terra do que o (a) outro (a), mas ele não diz que tem que ser da mesma terra NATAL (ou seja, terra DE NASCIMENTO...)!
Além disso, nós quatro somos muito mais capixabas do que brasilienses (em meu caso, que me mudei para Vitória em 1992), mineiras (nos casos da primeira e da terceira, que se mudaram para cá em 2000) ou cariocas (no caso da segunda, que se mudou para cá em 1990), haja posto que já estamos por aqui há tempos!
Capixaba é o natural ou residente do Espírito Santo (estado)... não é verdade?
A mãe de meu amigo de infância está correta ou não com isso tudo e por que no caso?
Obrigado.
a) «Certifique-se de que os dados do seu passaporte possam ser lidos de forma clara e de que a imagem não contenha partes desfocadas ou afetadas por reflexos»;
ou b) «Certifique-se de que os dados do seu passaporte podem ser lidos de forma clara e de que a imagem não contém partes desfocadas ou afetadas por reflexos»?
Apesar de já ter lido uma resposta sobre este tema [...], confesso que as frases acima me deixam um pouco confuso quanto à possibilidade de utilização do conjuntivo, uma vez que o elemento de «certeza/realidade/facto» não é claro:
1 – A ação que condiciona a boa leitura do documento ainda não foi realizada;
2 – Subentende-se, com facilidade, que o leitor terá de fazer mais do que «certificar-se de que». Nomeadamente, terá de se esforçar por obter uma digitalização correta do passaporte. Ou seja, a expressão «certificar-se de que» comporta um significado mais abrangente do que um simples «verifique se está tudo bem»;
3 – Existe sempre a possibilidade de o leitor não seguir o conselho (por esquecimento, etc.).
Os elementos acima remetem-nos para outra explicação: «o emprego do subjuntivo também indica que uma ação, ainda não realizada, é concebida como subordinada a outra, expressa ou subentendida, de que depende diretamente». Por conseguinte, sinto-me tentado a considerar que a utilização do conjuntivo na frase a) é correta.
Estarei equivocado?
Grato pela atenção.
Abísmico – esta palavra existe na língua portuguesa?
Eu sempre aprendi que uma locução verbal é formada por um verbo auxiliar (conjugado pelo sujeito) + um verbo principal (sempre na forma nominal):
• As pessoas |devem ser| felizes.
Porém, com a prática de ler vários artigos, percebi a existência de "locuções verbais" com 3 ou 4 verbos.
• As casas devem ser feitas em um ano.
• Você pode querer tentar ser alguém.
As minhas dúvidas são:
1. Esses verbos podem ser chamados de locuções verbais?
2. Se sim, como seria a classificação desses 3/4 verbos em relação a "auxiliar e principal"?
«Você poderia ter cantado mais.»
Obrigado.
Em "Não abrirei mão de meus sonhos", qual é a predicação verbal. Seria "abrir" um VTDI (verbo transitivo direto e indireto), com OD (objeto direto) «mão» e OI (objeto indireto) «de meus sonhos»?
Obrigado.
Quero saber se se pode dizer arbitrariamente «quanto mais, melhor», e «quão mais, melhor», sendo que quão é usado antes de adjetivos e advérbios.
Podemos pensar em mais como um advérbio?
Esta pergunta vale tanto para quanto e quão como para tanto e tão.
Obrigado desde já pela vossa atenção.
Gostaria de saber se é correto dizer «fazer uma festa», ou «festas a alguém», com o significado de «carícia».
Na minha terra natal diz-se muito, por exemplo, «fazer festas» às crianças, com esse significado de as acariciar.
Muito obrigada desde já.
Vejo, comumente, em português europeu (PE), frases como «João vai comer ao restaurante» ou «Milhões de imigrantes vão trabalhar para os Estados Unidos».
1) Equivalem essas frases a estas, em português brasileiro (PB): «João vai ao restaurante comer» e «Milhões de imigrantes vão para os Estados Unidos trabalhar»?
2) Se sim, nas frases em PE, o verbo ir se emprega apenas como principal, correto? E não como verbo auxiliar de comer e de trabalhar?
3) Se assim for, que raciocínio subjaz à construção sintática em PE, que traz a oração subordinada adverbial final reduzida de infinitivo para junto do verbo ir, numa construção que lembra o uso de ir como auxiliar?
Chamei oração subordinada final reduzida de infinitivo às orações «comer» e «trabalhar», porque entendo que sejam mesmo orações reduzidas de infinitivo, e não apenas verbos no infinitivo, porque estão em lugar de «para comer» e «para trabalhar». Em PB, pode-se inclusive dizer «João vai ao restaurante para comer» e «Milhões de imigrantes vão para os Estados Unidos para trabalhar».
4) Em PE, são gramaticais «João vai para comer ao restaurante» e «Milhões de imigrantes vão para trabalhar para os Estados Unidos»? Imagino que não. Por que não, se os verbos estão em lugar de orações subordinadas adverbiais com este exato sentido?
Desde já, agradeço-lhes a atenção.
Apesar de já ter lido por aqui que há várias exceções às regras de concordância entre sujeito e verbo, gostava de esclarecer se os casos que exponho abaixo – em que o sujeito (que remete para um coletivo) está no singular e o verbo no plural – estão efetivamente errados e se o correto seria o verbo estar no singular (ficou infetado, está em quarentena, está a ser procurado)
«Um total de 35 médicos ficaram infetados com covid-19»
«Um total de 340 pessoas estão em quarentena»
«Um grupo de 30 migrantes estão a ser procurados»
Isto porque, embora não se trate de expressões numéricas, como na frase «Mil euros não será demais?», os sujeitos remetem para a ideia de coletivo. Nestes casos, pode o sujeito estar no singular e o verbo no plural, uma vez que se refere ao número de pessoas?
A minha dúvida aplica-se, sobretudo, ao verbo ser.
Obrigada
Numa turma de Animador Sociocultural, surgiu a dúvida.
Como se diz? "Modelagem" ou "moldagem de balões"?
Obrigada.
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