Consultório - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
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Helena Isabel Caracol Professora Única, Portugal 1K

Em «Mandou-me ficar onde estava», qual a função sintática dos diferentes constituintes da frase?

Se «ficar onde estava» é complemento direto de «mandou», então «onde estava» é predicativo do sujeito?

Pedro Caires Tradutor audiovisual Porto, Portugal 1K

Recentemente, deparei-me com a seguinte dúvida: «daquele» ou «naquele lado»?

Por exemplo, escreve-se «A mesa fica bem daquele lado da cozinha» ou «A mesa fica bem naquele lado da cozinha»?

A minha intuição diz-me que naquele (em + aquele) seria o mais correto, mas gostava de saber a vossa opinião.

Muito obrigado e continuem com o excelente trabalho do Ciberdúvidas!

Nuno Messias Reformado Porto, Portugal 1K

O Livro do Desassossego é referido como sendo um "ur-livro".

Neste contexto, é correta a interpretação de ur como tendo o significado de proto? Qual a origem etimológica desta partícula?

Obrigado.

Carlos Alexandre Coimbra Xavier Fernandes Aviação Comercial-Reformado Maia, Portugal 1K

Na peça teatral Três em Lua-de-Mel (uma sátira ao Frei Luís de Sousa) da autoria de Henrique SantanaFrancisco Ribeiro (Ribeirinho) em que a protagonista é casada com dois homens, um outro personagem faz-lhe reparo que «isso é um caso de biandria e portanto, pode ser presa».

A minha pergunta é: existe o vocábulo "biandria"?!

Sei que o prefixo indica dois, mas não consigo encontrar a palavra em nenhum dicionário nem na Enciclopédia Portuguesa e Brasileira.

Obrigado pela vossa disponibilidade.

Hugo Rodrigues Madeira Técnico Portugal 5K

Há pouco tempo li alguns excertos do Regulamento para a policia e exploração dos caminhos de ferro... (Lisboa, 1868).

Aqui é utilizada a palavra trem e existe o chefe de trem. Mas no mesmo manual, que estava distribuído a todos os trabalhadores ferroviários, também aparece a palavra comboio, aparentemente com um significado ligeiramente diferente. Portanto houve um período em que se utilizou em Portugal a palavra trem.

Por exemplo, aparecem os dois termos nesta frase:

«Na testa do trem, e a seguir ao tender, irão tantos wagons que não transportem passageiros quantas as locomotivas que rebocarem o comboio […]; as carruagens e wagons que entrarem na composição de um trem de passageiros serão ligados de maneira que as almofadas de choque estejam em contacto.»

Como estudiosos da língua portuguesa saberiam indicar a diferença(s) que neste período era atribuída à definição de trem e comboio em Portugal?

Obrigado.

Rui Wahnon Tradutor aposentado Colares, Sintra, Portugal 3K

Vi na televisão a seguinte frase numa legenda, que julgo ser incorrecta[*]: «Não vamos ir».

Agradecia um comentário, perante a atitude de um colega que a defendeu e não aceitou os meus argumentos.

Desde já grato.

 

[* N. E. – O consulente adota a norma ortográfica de 1945.]

Diogo Morais Barbosa Revisor Lisboa, Portugal 8K

Escreve-se numa resposta anterior à mesma questão que «Considerar a palavra Homem para representar toda a humanidade é já controverso».

Pondo de lado a questão mais ideológica e cingindo-nos à linguagem falada já desde o «homo» latino, gostaria de saber, por favor, se a palavra deve ser grafada com inicial maiúscula ou minúscula.

Obrigado.

José de Vasconcelos Estudante Foz do Iguaçu, Brasil 1K

Desejava saber se determinadas construções que têm baixa ocorrência na língua do povo, como, por exemplo, a mesóclise, continuam a fazer parte da língua materna desse mesmo povo.

[...] Precisava de uma bibliografia, no caso de haver linguistas que se contraponham à opinião de David Crystal presente no seu dicionário A Dictionary of Linguistics and Phonetics quanto à língua materna.

A meu ver, é uma loucura considerar-se como língua materna o repertório de usos e construções de uma criança de 5/6 anos.

 

Muito obrigado! 

Flávio Silva Tradutor Bruxelas, Bélgica 4K

Gostaria de saber se a onomástica [«ciência que estuda a etimologia, as transformações e a classificação dos nomes próprios»] pode tratar dos nomes de família, ou se isso faz parte unicamente do domínio da patronímia.

A origem desta dúvida advém de alguma informação contraditória que encontrei a respeito da definição de nome próprio enquanto antropónimo.

Ensinaram-me que o nome próprio se refere unicamente ao nome de batismo (ou prenome). No entanto, no dicionário da Priberam, vejo que a definição do termo antropónimo é «[n]ome próprio de pessoa (ex.: Antónia, Francisco, Pedro, Fernandes, Mendes)» – isto é, segundo o Priberam, os nomes de família (Fernandes, Mendes) também são considerados nomes próprios.

Além disso, na definição de nome próprio no Wikipédia temos: «As pessoas recebem como nome próprio um ou mais prenomes e um ou mais sobrenomes ou apelidos de família.»

Grato pela vossa atenção.

Luiz Carlos Ramiro Junior Professor Niterói, Brasil 1K

O que significa a palavra dormidista? Não encontro em nenhum dos dicionários de referência – Houaiss ou Aurélio.

Desde já agradeço a ajuda.