A expressão «é que», que permite destacar uma expressão nas frases interrogativas, está correta, mas evita-se na comunicação formal, sobretudo na escrita. Em interrogativas diretas e indiretas, a expressão de realce corrente em Portugal corresponde a «é que»:
(i) O que é que eles pretendem? (interrogativa direta)
(ii) Gostava de saber o que é que eles pretendem. (interrogativa indireta)
Este uso é característico e muito frequente na comunicação informal, mas está menos presente em situações formais, o que significa que as frases acima apresentadas terão outra formulação, por exemplo, como adiante se apresenta:
(iii) O que pretendem eles fazer?
(iv) Gostaria de saber o que eles pretendem fazer.
No Brasil, o que atrás se disse é também válido na escrita e em situações formais, confome regista o Dicionário Houaiss (em subentrada ao verbete de que):
«é que – põe em foco, enfatiza determinada palavra ou expressão numa frase: "a cor é que não agradou muito".»
É de notar, porém, que, também no Brasil, ocorre a expressão «o que que» (ibidem; ver também esta resposta):
«ainda como expletivo, [o que que] é corrente no Brasil em frases interrogativas informais, tanto diretas (o que que você pretende fazer?) quanto indiretas (não entendiam o que que ele tinha na cabeça).»
Em suma, quer se use «é que», quer se prefira omitir é, como acontece entre certos falantes do Brasil, com a construção «o que que», estamos perante formas de estilo informal, que se tende a evitar em situações de certa formalidade.
Agradecemos as calorosas palavras de apreço da consulente.