Pergunta:
Sou professor de Geografia. Faço atualmente o curso de Letras. Nos foi dada uma questão como atividade para fazer, mas não consigo responder.
Sabemos que, em relação à concordância verbal, o verbo deve concordar em número e pessoa com o sujeito. No entanto, nem sempre as pessoas utilizam essa regra. Por que isso ocorre? É importante analisarmos a questão da ordem, ou seja, se o sujeito aparece antes ou depois do verbo. Será que na ordem canônica isso ocorrerá com menos frequência? Além disso, você acha que na ordem canônica é mais fácil entender o sentido do enunciado?
Resposta:
O sujeito é a expressão nominal que pode ser substituída por um pronome pessoal nominativo (ele, eles). Ocupa normalmente a posição pré-verbal.
Porém, esta ordem básica pode ser alterada (por motivos de ênfase):
(1) «Chegaram os grandes ilusionistas romenos.»
(2) «Ao pai, o João ofereceu uma gravata.»
(3) «O bolo de chocolate, comeram as crianças.»
Não obstante, independentemente da ordem pela qual o sujeito ocorre, ele é (salvo raríssimas excepções1) o desencadeador da concordância verbal.
O que origina muitos erros de concordância é o facto de o elemento que desempenha a função de sujeito não ser muitas vezes reconhecido.
Observem-se os seguintes exemplos (nota: o asterisco indica que a frase tem um erro de concordância):
(1) * «Foi preso um dos maiores ladrões da actualidade. São de sua autoria o desaparecimento de mais de cem viaturas.»
O nome desaparecimento é o núcleo do grupo nominal sujeito, logo, o verbo deverá estar no singular: «O desaparecimento das viaturas é de sua autoria.»
(2) * «Os especialistas informam que a decifração dos dados recolhidos durante os dez dias dessa missão irão demorar meses.»
O nome decifração é o núcleo do grupo nominal sujeito, logo, o verbo deverá estar no singular: «A decifração irá demorar meses.»
(3) * «Fui eu quem reparei a avaria do computador.»
O pronome relativo quem é o sujeito...