Pergunta:
Poderia empregar exuviabilidade com um sujeito humano?
Esta dúvida surgiu após ter visto assemântica no Dicionário Houaiss, que dizia: «assemântica: ling: que por violar as regras semânticas de uma língua, não é semanticamente interpretável, ou seja, não faz sentido, pelo menos no mundo real e no nível denotativo (diz-se da frase): por ex. “o livro abocanhou a tempestade” fere as regras de combinação entre palavras que dizem que abocanhar exige um sujeito animado e um objecto directo sólido .»
Obrigado.
Resposta:
As palavras da língua são portadoras de determinadas propriedades linguísticas, nomeadamente propriedades sintácticas e semânticas.
São estas propriedades que determinam como se devem combinar as palavras de modo a produzir frases bem formadas.
Por exemplo: o verbo pensar só pode ser associado a sujeitos humanos (*«o gato pensou»), e o verbo avariar, a sujeitos inanimados (*«o gato avariou»).
É claro que estas regras linguísticas podem ser violadas se as palavras forem utilizadas num plano conotativo. A este nível, tudo é possível: os rouxinóis contam-nos histórias, o mar ruge, os livros escondem-nos segredos...
Ao termo exuviabilidade está, de facto, associado o traço menos humano, pois o mesmo designa a capacidade que certos animais têm de mudar de pele.
Porém, como foi referido, usado num plano conotativo, é possível usá-lo até com um sujeito [+ humano]!
Disponha sempre!