Pelourinho - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
Início Português na 1.ª pessoa Pelourinho
Registos críticos de maus usos da língua no espaço público.
Desapegando dos clichês
Léxico caído em graça e em desgraça

«Queria entender por que certas palavras têm o privilégio (privilégio é uma delas) de conseguir a empatia (empatia é outra) do mundo acadêmico, da mídia, dos formadores de opinião na ressignificação (quem ainda aguenta ressignificação?) lexical» – declara ironicamente o arquiteto e escritor brasileiro Eduardo Affonso, também colunista do jornal O Globo, num apontamento sobre a moda de certas palavras que tornam o discurso banal. Texto publicado no mural Língua e Tradição em 8 de janeiro de 2024.

<i>Sair</i> e as suas singularidades
Um erro recorrente

Em notícia publicada em 27/11/2023, no Jornal de Notícias, acerca da aplicação de encontros Timeleft, podia ler-se: «A Timeleft tenta tirar um pouco dessa pressão, porque os participantes "apenas saiem para se divertir, quem sabe fazer amigos e se tiver sorte algo mais".»  Nesse contexto, percebemos, talvez sob a influência da oralidade, uma pequena imprecisão na conjugação do verbo sair na 3.ª pessoa do plural do presente do indicativo. A respeito desta questão, a consultora Sara Mourato compartilha algumas reflexões.

Um intérprete para ele, rápido!
Bolandas do treinador alemão do Benfica que só quer falar em inglês

Dada a confessada «falta de talento para aprender línguas» do treinador alemão do Benfica (fora o inglês...), o que ele precisa é de ter ao lado, nas conferências de imprensa, um intérperte-tradutor mesmo...

<i>Lembraste</i> em vez de <i>lembras-te</i>?!..
Num livro infantil com menos de 30 frases

«A confusão entre o verbo no pretérito perfeito (lembraste) e a forma pronominal no presente do indicativo (lembras-te) é um erro algo comum nas redes sociais e em contextos de grande informalidade» – adverte o consultor Paulo Barata a propósito de um livro infantil publicado em Portugal.

<i>Casualties</i> são casualidades?
Um falso amigo em direto

«Casualties, em inglês, é um termo muito utilizado em linguagem militar e também jornalística, na cobertura de cenários de guerra ou de catástrofe [...]» – refere o consultor Paulo J. S. Barata a respeito de um anglicismo que não se traduz por casualidades.

«
Dar o erro por não dito

«A questão que aqui se levanta é se a atriz, de facto, disse "vão haver novidades"», alerta a consultora Sara Mourato acerca de uma deixa da atriz Fernanda Serrano na série Morangos com Açúcar e que se tornou viral nas redes sociais. 

Anatoliy Trubin vs. Roger Schmidt
Estrangeiros (não) falando português, em Portugal

Um, o recém-contratado guarda-redes ucraniano do Benfica entende que um futebolista estrangeiro, em Portugal, deve aprender a comunicar em português. O outro, o alemão Roger Schmidt,  logo que chegou a Portugal para treinar o Benfica, deixou bem claro ao que vinha: só falaria em inglês, ponto. Com a vassalagem dos jornalistas portugueses...

«Atuação» = «a tua ação»?!...
Mais um engenhoso e inventivo exercício de paraetimologia

«Espanta-me sempre a criatividade dos falantes nestas corruptelas» – declara o consultor Paulo J. S. Barata a propósito de uma entrevista televisiva em que uma etimologia falsa (paraetimologia), a da palavra atuação, teve intuito retórico e oratório.

Portaria, <i>concierge</i>, <i>sky flat</i> e a Fintech House
Dois exemplos a propósito do ambiente multilingue de Lisboa

«Francamente, embora percebendo que o alvo desta empresa é um público internacional, e que comunica sobretudo em inglês, a atual língua franca do mundo, seria exigível, em minha opinião, quanto mais não fosse por respeito e integração no país de acolhimento, que ao menos os textos aparecessem também em vernáculo» – argumenta Paulo J. S. Barata, acerca do uso do inglês e de outras línguas na comunicação pública escrita que se pratica em Lisboa. 

«
«Esta é a massa de que tu gostas» ou outra formulação?

«Neste caso nem sequer é só um erro ortográfico, é uma sintaxe falha de tudo e que faz com que nem o sentido seja unívoco…» – observa o consultor Paulo J. S. Barata a respeito da péssima sintaxe de um anúncio afixado num restaurante lisboeta.