Controvérsias - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
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Polémicas em torno de questões linguísticas.
Porto Editora, descolonize-se
O eurocentrismo nos manuais escolares de História em Portugal

«Seria cómico se não fosse trágico, pois no pano de fundo temos a chegada das naus e navegadores portugueses às terras que viriam a ser o Brasil. Festa? Mas quem é que tem a ideia peregrina de chamar àquilo uma “festa”?»

 Artigo da professora e investigadora portuguesa Cristina Roldão, criticando o conteúdo e ilustração  do manual escolar de História e Geografia HGP em Ação, 5.º ano, da Porto Editora. In jornal Público de 2 de março de 2023.

Limpar livros de pecados linguísticos, <br> ou o elogio da estupidez
A higienização da literatura

«Atualmente, presumo, deve ler-se livros para estupidificar. Os leitores não podem ser confrontados com o que é ofensivo e fora das lentes atuais. Não devem aprender que o mundo nem sempre foi como é agora, as circunstâncias políticas e sociais mudam, e o quadro de valores das comunidades evolui. Estão arredados do princípio fundamental da leitura: um texto é sempre construído, e só assim se percebe, dentro do seu contexto.»

Artigo da  economista Maria João Marques, a propósito da decisão de certas editoras de limparem os livros de Roald Dahl e de Ian Fleming de palavras racistas e sexistas, incluído no jornal Público no dia 1 de março de 2023. 

As implicações do masculino genérico
Em defesa da linguagem inclusiva

«Nesta crónica proponho-me a deixar claras algumas das implicações efetivas do uso do masculino universal, quer em situações imediatas de ação, quer na memória associativa prolongada — os chamados estereótipos que residem em todas, todes e todos nós de alguma forma», defende Clara Não, em artigo de opinião divulgado no jornal Expresso, em 20 de fevereiro de 2023.

Ser português aqui
O exame de Português no acesso à universidade em Portugal

«Não faz nenhum sentido, nem dá qualquer resultado, querer muito que a nossa língua seja falada e entendida em todo o Mundo, se não começamos a tratar disso desde logo aqui. Sem fazermos os trabalhos de casa» – considera o cronista Manuel Serrão, em artigo publicado no Jornal de Notícias no dia 8 de fevereiro de 2023, a propósito dos exames nacionais do ensino secundário em Portugal. 

Língua, cultura e democracia
A propósito dos acontecimentos de 8 de janeiro de 2023 em Brasília

«Como instituição multilateral e supranacional, a CPLP, também, tem como princípios garantir a representatividade de seus países integrantes, fortalecer os direitos fundamentais de nossas sociedades, valorizar a diversidade de suas culturas e defender os direitos humanos e a democracia.»

Considerações da linguista Edleise Mendes (Universidade Federal da Bahia) sobre a importância da defesa dos valores democráticos nos países de língua portuguesa, a propósito dos acontecimentos de 8 de dezembro de 2023 em Brasília. Texto elaborado pela autora, que o divulgou no programa Páginas de Português de 15 de janeiro de 2023 na Antena 2.

A qualidade da Língua para os Novos Tempos
Proposta em seis pontos temáticos

«A formação geral dos jovens para os novos tempos deve abandonar a memorização do passado, substituindo-a por uma técnica prática de obter resultados pelo conhecimento onde encontrar as ferramentas úteis, e por um treino de obter soluções para os objetivos pretendidos» — sustenta o autor, em artigo publicado na sua página pessoal, em dezembro de 2022.

Cultura, <i>media</i> e eurocentrismo no Brasil
Em defesa da literatura africana de língua portuguesa

«O sistema cultural e mediático oficial e/ou dominante do Brasil, “o segundo país negro do mundo” (depois da Nigéria), é aberta e assumidamente eurocêntrico, para não ser mais preciso e dizer “norte-americanocêntrico”» – aescreve o jornalista e escritor angolano João Melo em artigo  publicado no Jornal de Angola em 14 de dezembro de 2022.

 

 

A inclusão ou exclusão das palavras
«Armas de destruição maciça»

«Um dos maiores problemas com que a linguagem inclusiva se depara é com o modelo patriarcal e machista da sociedade que modela os idiomas», sustenta neste artigo* a deputada do Bloco de EsquerdaAlexandra Manes.

 

Artigo transcrito, com a devida vénia, da página Esquerda.net

Nomenclatura gramatical ou terminologia linguística?
Objetivos didáticos e rigor científico

«[D]e um ponto de vista tanto epistemológico quanto metodológico, a gramática é uma tecnologia derivada da linguística, do mesmo modo como a engenharia é uma tecnologia derivada da física ou a medicina uma aplicação da biologia. E vejam que a engenharia e a medicina são muito mais antigas que a física ou a biologia.»

Reflexão do linguista  brasileiro Aldo Bizzocchi sobre a relação da gramática com a linguística e a questão dos usos dos termos associados a estas duas áreas. Texto publicado no mural Língua e Tradição no Facebook, em 7 de novembro de 2022. 

Sim, é verdade: Portugal não descobriu o Brasil
... Mas criou o Brasil no plano linguístico, cultural e civilizacional

«Portugal não descobriu o Brasil pela simples mas suficiente razão de que o Brasil não existia antes de os portugueses lá terem chegado», escreve neste artigo* o presidente do Movimento Internacional Lusófono (MIL) e professor universitário português, Renato Epifânio — a propósito dos 200 anos de independência do maior país da América Latina e da sua relação com Portugal.  

 

*in jornal Público do dia 13 de agosto de 2022. Texto escrito segundo a norma ortográfica de 1945.