Com a saída do Reino Unido da União Europeia – o já tão generalizado Brexit, no original da língua hegemónica da globalização económico-financeira –, tem sentido o inglês manter-se como língua oficial das instituições comunitárias? É o que questiona o jornalista português Eduardo Oliveira e Silva, no artigo Brexit: a vitória da mentalidade tabloide, publicado no jornal “i” de 29/06/216 – no seguimento, de resto, de tomadas de posição, nesse mesmo sentido, chegadas de França e do próprio Parlamento Europeu: Brexit: inglês pode deixar de ser língua oficial do Parlamento Europeu + Políticos franceses querem inglês fora da UE como língua oficial + Parlamento Europeu. Reino Unido fora da Europa, já! E, a propósito do outro brexit – da eliminação da seleção inglesa do Europeu de futebol em França –, a crónica do jornalista português Ferreira Fernandes, no Diário de Notícias de 29 deste mês, "O referendo foi o maior tiro no foot".
[Transcrevemos* apenas a parte respeitante a este tema concreto, com os agradecimentos ao autor pela referência ao Ciberdúvidas e à campanha de ajuda à sua manutenção.]
(...) Ainda pouco se falou do assunto, mas certamente que os franceses já têm o tema em agenda. Será que faz sentido que o inglês se mantenha como a língua de trabalho absoluta na União Europeia com a saída do Reino Unido? Afinal de contas só a Irlanda é que fala inglês e mesmo assim não é a língua original do país, embora seja a que todos utilizam. O inglês é a língua franca do mundo, mas talvez seja a oportunidade de dar mais espaço a outras, nomeadamente a nossa. Mas como ninguém, salvo praticamente os carolas do Ciberdúvidas, se preocupa com ela, tudo ficará como dantes com quartel em Abrantes. E por falar nisso, está em curso uma campanha para salvar o Ciberdúvidas e o seu transcendente serviço público que tarda em ser apoiado pelo Estado, pelos cidadãos conscientes e pelas empresas. Atos precisam-se. (...)
* Na integra, o artigo de Eduardo Oliveira e Silva, "Brexit: a vitória da mentalidade tabloide", pode ser lido aqui.
in jornal i de 29 de junho de 2016