Português na 1.ª pessoa - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
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«Ajuda letal»?
Um modismo assente numa clara contradição

«A expressão «ajuda letal» foi retomada recentemente na comunicação social portuguesa, associada ao contexto da guerra na Ucrânia para referir o apoio em armamento bélico ao Governo de Kiev por parte  dos EUA e outros países ocidentais». Um modismo que encerra uma clara contradição, como explica a professora Carla Marques

 A língua amiga que se tornou inimiga
A inclusão linguística dos estudantes africanos no âmbito do Projeto Trovoada

«Estudantes africanos são discriminados devido à dificuldade de lidarem com as diferentes variedades do português. Projeto Trovoada de Ideias cria ferramentas de inclusão.»

Entrevista a Ana Raquel Matias, investigadora do CIES-Iscte, incluída no n.º 3 da revista digital Entrecampus do Iscte-Instituto Universitário de Lisboa, a respeito do projeto Trovoada de ideias, que visa combater o preconceito linguístico dirigido a falantes africanos da língua portuguesa.

 

 

Bombons de língua
Os comentários no Facebook como documento linguístico

«[O]s comentários [no Facebook] estão cheios de recordações interessantes, com pormenores que doutra forma estariam para sempre perdidos [...]» – crónica do escritor e jornalista Miguel Esteves Cardoso incluída no jornal Público em 27 de março de 2022, acerca de um episódio de troca de comentários no Facebook, ilustrativo do valor documental desses registos do ponto de vista linguístico.

 

A língua portuguesa (ou a falta dela) no Festival da Canção
Sobre o uso do inglês no concurso da Eurovisão

«[O] que nos diz a língua sobre a probabilidade de vencer ou obter um bom lugar no [Festival Eurovisão da Canção]?  Desde a introdução das semifinais (uma a partir de 2004 e duas desde 2008) apenas três canções não inglesas venceram o concurso (“Molitva” da Sérvia, em 2007, “Amar pelos dois” de Portugal, em 2017, e “Zitti e Buoni” de Itália, no ano passado).» Uma reflexão crítica de Jéssica Mendes ao uso do inglês na canção "Saudade, saudade", de Maro, que representa Portugal na edição de 2022 do Festival Eurovisão da Canção.

<i>Refugiado</i> e <i>migrante</i>
Duas palavras para duas realidades distintas

O êxodo que se verifica na Ucrânia, fruto da situação de guerra vivida, convoca a distinção entre os termos migrante e refugiado, que dá tema à crónica da professora Carla Marques

O português de lá para cá, numa canção e num livro
O debate entre o português de Portugal e o do Brasil.

«[C]omo é sabido, as contendas entre o português de cá (o europeu) e o de lá (o do Brasil) têm-se acirrado a vários pretextos, na sua maioria contestáveis» –  escreve norma ortogéficao jornalista Nuno Pacheco em crónica incluída no Público de 17 março de 2022, a propósito da publicação do mais recente livro do linguista e escritor Fernando VenâncioO Português à Descoberta do Brasileiro (Guerra e Paz, 2022), obra dedicada à análise das reações que o contacto com a variedade brasileira tem suscitado em Portugal. Transcreve-se com a devida vénia o texto original, mantendo-se  a norma ortográfica de 1945 do original


Quantas pessoas formam um grupo?
Uma quantificação pouco óbvia

Num programa de rádio, levanta-se a questão: será que se pode falar de um grupo, quando se considera um conjunto de duas pessoas? Com base nas definições dos dicionários, Sara Mourato aborda este tópico.

Informante vs. informador
A diferença entre «informar» e «denunciar»

Ao contrário do uso indistinto no Brasil, em Portugal sempre houve a diferença entre quem, às claras e, até por razões profissionais, presta informações disto ou daquilo (por exemplo, os meteorologistas, com «indicações sobre o tempo») e o seu inverso. Uma diferença substancial, mas cada vez mais ignorada nas traduções televisivas, como é o caso da série policial espanhola A Unidade, emitida na RTP 2  

Quando entenderemos devidamente o valor da educação?

«[...] [E]ncontrei candidatos a professores de Português muito bem preparados e motivados, que sonhavam passar o resto da sua vida profissional a ensinar. Infelizmente, muitos desistiram de o fazer, porque a sociedade e sucessivos governantes os foram escorraçando, ora destruindo a frágil carreira que tinham e aviltando-os aos olhos da opinião pública (anos 2000), quer aconselhando-os a emigrar, alegadamente por não serem precisos e sobrecarregarem o erário público (anos 2010).»

Artigo de opinião da linguista e professora universitária porrtuguesa Margarita Correia,  publicado no Diário de Notícias em 14 de março de 2022, a respeito das vicissitudes por que tem atravessado a formação de professores nas últimas quatro décadas em Portugal.

A origem extraterrestre da língua portuguesa
Sobre pensamentos nebulosos e história do português

 «[...] [T]ambém há teóricos da conspiração para todos os gostos no mundo da língua: o português veio do fenício, veio do árabe, veio do grego, veio disto ou daquilo… Que tantos e tantos estudiosos tenham acumulado toda uma história complexa e ainda não terminada do caminho que a nossa língua percorreu do latim popular até ao português de hoje em dia, passando pelos séculos em que o português e o galego não se distinguiam — nada disso interessa!»

Crítica do professor universitário e tradutor Marco Neves a quantos elaboram teorias infundadas sobre a origem das línguas, entre elas, a língua portuguesa (que é latina). Texto publicado no blogue Certas Palavras em 14 de março de 2022 e aqui transcrito com a devida vénia, mentendo a ortografia de 1945, seguida pelo original.