Apontamento da consultora Inês Gama sobre a classe de palavras do vocábulo dele, divulgado no programa Páginas de Português, da Antena 2.
«Presentemente, a "comunidade" de língua portuguesa não passa de um discurso da boca para fora. Problemas históricos e políticos mal resolvidos entre os diferentes estados dessa pretensa comunidade, ideologia e geopolítica, para citar apenas estes fatores, contribuem para isso.»
Artigo de opinião do escritor angolano João Melo, que critica a atual estagnação das relações culturais no interior da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP). Texto publicado no Diário de Notícias de 30 de janeiro de 2023 e aqui transcrito com a devida vénia.
«[...] [P]roduzimos significados através do uso de múltiplas linguagens, verbal, visual, sonora, sensorial, todas elas mediadas pelas línguas que falamos, como o português, e pelas culturas que nos abrigam. Por isso, ler o mundo em uma cidade angolana será uma experiência diferente de uma cidade brasileira, portuguesa ou caboverdiana, porque as percepções do mundo e os modos como usamos a mesma língua são profundamente marcados pelo que somos, individual e coletivamente.»
Crónica da linguista Edleise Mendes (Universidade Federal da Bahia) incluída no programa Páginas de Português, transmitido pela Antena 2 em 29 de janeiro de 2023.
«Se anuncias ao teu interlocutor que lhe vais "fazer uma questão" estarás oferecendo pretexto a que ele te responda: "Dá-me mais jeito um casaquinho de malha".»
Crónica do jornalista Fernando Alves, na rubrica Sinais na TSF, em 23 de janeiro de 2023, sobre a expressão recorrente «fazer uma questão» do «linguajar noticioso».
«A fraude é um plano maquiavélico de longo curso e o indivíduo desprezível que o põe em prática precisa de um substantivo só para ele. Que tal embusteiro? Ou "'banhista' da cobra"?»
Crónica de Miguel Esteves Cardoso incluída no jornal Público em 18 de janeiro de 2023. Transcreve-se com a devida vénia o texto original, mantendo a ortografia de 1945 em que está escrito.
«Espaços perigosos ao longo dos tempos, sem dúvida, as bibliotecas! De hospitais de alma a focos de resistência, interditos, destruídos, queimados, sobretudo por potenciarem a circulação de diversos anti-vírus: a lucidez, o espírito crítico, a imaginação, a galopar desenfreadamente pelos milhares de páginas que habitam na poeira das estantes.»
Artigo da escritora e professora Dora Gago, transcrito, com a devida vénia, da revista de artes, letras e ideias Caliban, com a data de 22 de janeiro de 2023. Texto escrito segundo a norma ortográfica de 1945.
«[Para traduzir bullying] gosto de humilhação e de «humilhação coerciva». Amesquinhamento também é bom. Ou aviltamento. Avacalhamento pode funcionar. Ou subordinação. Ou apequenamento. E que tal desdignificação?»
Crónica do escritor Miguel Esteves Cardoso à volta da (difícil) tradução do termo inglês bullying. Texto incluído no jornal Público em 20 de janeiro de 2023 e aqui transcrito com a devida vénia, mantendo a ortografia de 1945, conforme o original.
«A linguagem inclusiva tem tudo para vir a ser exclusividade de um grupo restrito. É preciso muita determinação para incorporar ao idioma o gênero neutro – que existia no latim, com outra finalidade, e de que o português guarda resquícios – e levá-lo às últimas consequências» – reflete Eduardo Affonso, nesta crónica acerca da linguagem inclusiva, publicada em O Globo e no seu mural do Facebook no dia 21 de janeiro de 2023.
A expressão correntemente usada «transmitir desde» é analisada pela professora Carla Marques, no seu apontamento divulgado no programa Páginas de Português, da Antena 2.
Este é um espaço de esclarecimento, informação, debate e promoção da língua portuguesa, numa perspetiva de afirmação dos valores culturais dos oito países de língua oficial portuguesa, fundado em 1997. Na diversidade de todos, o mesmo mar por onde navegamos e nos reconhecemos.
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