Português na 1.ª pessoa - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
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A literatura africana nas escolas
A experiência brasileira

«Nós, como professores de literatura no Brasil, encontramos uma pluralidade de alunos, com anseios e desejos diversos. E como tais, esses alunos são, em sua maioria, jovens com vontade de representação, até porque estão na idade de se afirmarem num mundo para o qual vinham se preparando. Uma literatura que reflita apenas a visão de mundo europeia limitaria não somente a sua percepção como não necessariamente os representaria.»

Reflexão do professor e investigador de Português brasileiro Roberto Lota sobre a presença das literaturas de países africanos de língua portuguesa nos programas escolares no Brasil. Texto publicado no mural Língua e Tradição, no Facebook em 05 de feveriro de 2023, a seguir transcrito com a devida vénia.

<i>Eminente</i> ou <i>iminente</i>?
Um caso de palavras parónimas

A diferença entre eminente e iminente é esclarecida pela professora Carla Marques, no seu apontamento divulgado no programa Páginas de Português, da Antena 2

Das línguas e dos professores das mesmas
A competência plurilingue e pluricultural na sala de aula

«Quando há 42 anos comecei a dar aulas de Português e de Francês numa escola pública de Lisboa (ainda sem habilitação própria; nem formação específica para o ensino), não tinha muita consciência de que o Português que ensinava era a língua materna dos meus alunos e o Francês era uma língua estrangeira, embora esse conhecimento determinasse a qualidade do meu desempenho» – lembra a linguista e professora universitária portuguesa Margarita Correia no seu artigo semanal do Diário de Notícias, publicado em 6 de fevereiro de 2023, acerca da aquisição e aprendizagem de línguas e dos professores das mesmas e a sua formação.

Qual é a origem de <i>algarismo</i>?
Os "palavrões" da matemática

«Uma das palavras que escolhi foi algarismo. Aquela sílaba inicial denuncia parte da história: a palavra foi-nos trazida pelo árabe, mas teve origem no nome do matemático persa Al-Khwarizmi, que viveu entre os séculos VIII e IX.» 

Apontamento do professor universitário e tradutor Marco Neves acerca do tema do primeiro episódio do seu mais recente projeto: um podcast sobre língua portuguesa e ciência  Palavrões da Ciência –, conduzido com Cristina Nobre Soares. Texto publicado originalmente no seu blogue Certas Palavras, no dia 30 de janeiro de 2023, e aqui transcrito com a devida vénia, mantendo a ortografia original.

Má-educação ou crime?
A diferença, na lei, entre injúrias e boçalidade
«O bem jurídico protegido [com o crime de insultos a um agente da utoridade] é a honra que tem duas dimensões: a subjectiva, que respeita à forma como cada pessoa se vê a si própria, à sua auto-estima; enquanto a objectiva respeita ao modo como essa pessoa é vista pelos outros, pela sociedade. Uma pessoa pode ver lesada a sua auto-estima sem que se registe qualquer lesão à sua consideração social, e a reputação de uma pessoa pode ser lesada sem que tal tenha qualquer consequência sobre a ideia que essa pessoa tem de si mesma.»
 
 Artigo do advogado Francisco Teixeira da Mota, transcrito, com a devida vénia, do jornal Público do dia 28 de janeiro de 2023. Escrito segundo a norma ortográfica de 1945.
A classe de palavras de <i>dele</i>
Uma forma com valor possessivo

Apontamento da consultora Inês Gama sobre a classe de palavras do vocábulo dele, divulgado no programa Páginas de Português, da Antena 2.

Sinais misteriosos, já se vê
O caso da fantasmagórica CPLP

«Presentemente, a "comunidade" de língua portuguesa não passa de um discurso da boca para fora. Problemas históricos e políticos mal resolvidos entre os diferentes estados dessa pretensa comunidade, ideologia e geopolítica, para citar apenas estes fatores, contribuem para isso.»

Artigo de opinião do escritor angolano João Melo, que critica a atual estagnação das relações culturais no interior da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP). Texto publicado no Diário de Notícias de 30 de janeiro de 2023 e aqui transcrito com a devida vénia.

Ler o mundo em português
Uma experiência libertadora e emocionante

«[...] [P]roduzimos significados através do uso de múltiplas linguagens, verbal, visual, sonora, sensorial, todas elas mediadas pelas línguas que falamos, como o português, e pelas culturas que nos abrigam. Por isso, ler o mundo em uma cidade angolana será uma experiência diferente de uma cidade brasileira, portuguesa ou caboverdiana, porque as percepções do mundo e os modos como usamos a mesma língua são profundamente marcados pelo que somos, individual e coletivamente.»

Crónica da linguista Edleise Mendes (Universidade Federal da Bahia) incluída no programa Páginas de Português, transmitido pela Antena 2 em 29 de janeiro de 2023.

Fazes mesmo questão?
«Fazer perguntas», e não "fazer questões"

«Se anuncias ao teu interlocutor que lhe vais "fazer uma questão" estarás oferecendo pretexto a que ele te responda: "Dá-me mais jeito um casaquinho de malha".»

Crónica do jornalista Fernando Alves, na rubrica Sinais na TSF, em 23 de janeiro de 2023, sobre  a expressão recorrente «fazer uma questão» do «linguajar noticioso».

Os aldrabões sem nome
A tradução do inglês fraudster

«A fraude é um plano maquiavélico de longo curso e o indivíduo desprezível que o põe em prática precisa de um substantivo só para ele. Que tal embusteiro? Ou "'banhista' da cobra"?»

Crónica de Miguel Esteves Cardoso incluída no jornal Público em 18 de janeiro de 2023. Transcreve-se com a devida vénia o texto original, mantendo a ortografia de 1945 em que está escrito.