Português na 1.ª pessoa - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
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Falamos uma língua bastarda (e é deliciosa)

«O que vale é que a língua é mesmo um animal selvagem: lá dá uns coices e continua, matreira e bastarda, saborosa todos os dias. E nós, com ela nos lábios, lá escrevemos, conversamos e damos beijos em bom português – e esquecemos esses tontos que a querem prender à força. Porque a língua é bastarda, sim senhor – e deliciosa para quem a souber ouvir.»

Artigo do professor universitário e tradutor Marco Neves publicado no blogue Certas Palavras em 21 de fevereiro de 2023, a respeito da origem das línguas. Segue a norma ortográfica de 1945.

As implicações do masculino genérico
Em defesa da linguagem inclusiva

«Nesta crónica proponho-me a deixar claras algumas das implicações efetivas do uso do masculino universal, quer em situações imediatas de ação, quer na memória associativa prolongada — os chamados estereótipos que residem em todas, todes e todos nós de alguma forma», defende Clara Não, em artigo de opinião divulgado no jornal Expresso, em 20 de fevereiro de 2023.

Usos do verbo <i>abusar</i>
Um verbo que não admite forma passiva

A justificação da incorreção presente na frase «Eles foram abusados sexualmente» dá matéria ao apontamento da professora Carla Marques no programa Páginas de Português, da Antena 2

Ensinar Direito em inglês:  <br> da saloiice à ilegalidade?
Pura jactância linguística

Escreve neste artigo* o advogado e professor catedrático de Direito Jorge Bacelar Gouveia: «É mais um sinal da pequenez de alguma “elite” jurídica portuguesa: achar que a internacionalização se obtém por um “golpe de mágica linguística”, ou pensar que é falando em inglês que passam a ombrear com as melhores universidades do mundo, sabendo-se que a maioria delas está em paragens não anglófonas, com a óbvia primazia da doutrina germânica.»

* In jornal Público do dia 16 de fevereiro de 2023.

Graças à desgraça, apesar do que não pesa
A incoerência originária de duas locuções prepositivas

 «[Comento] dois exemplos de expressões que, embora nascidas com determinado sentido e juízo de valor implícito, sujeitaram-se a uma expansão para admitir novos empregos e novas interpretações sobre a realidade».

Apontamento do revisor de textos e escritor brasileiro Gabriel Lago publicado no mural Língua e Tradição (Facebook, em 27 de janeiro de 2023), a respeito das locuções «graças a» e «apesar de».

Língua portuguesa e tecnologia:<br> o futuro é agora
O desafio da Inteligência Artificial

«Se não acrescentarmos às políticas de língua clássicas uma aposta clara na sua preparação tecnológica, o português perderá importância e tenderá no limite a ser substituído por outras línguas», escrevem Ana Paula Laborinho e António Horta Branco, em artigo transcrito com a devida vénia, do jornal Público do dia 9 de fevereiro de 2023.

Uso do quantificador relativo <i>quanto</i>
«Tudo quanto» ou «todo quanto»

Partindo da frase incorreta «Ele lia todos os livros quanto podia», a professora Carla Marques retoma o uso do relativo quanto, no apontamento divulgado no programa Páginas de Português, da Antena 2

Ser português aqui
O exame de Português no acesso à universidade em Portugal

«Não faz nenhum sentido, nem dá qualquer resultado, querer muito que a nossa língua seja falada e entendida em todo o Mundo, se não começamos a tratar disso desde logo aqui. Sem fazermos os trabalhos de casa» – considera o cronista Manuel Serrão, em artigo publicado no Jornal de Notícias no dia 8 de fevereiro de 2023, a propósito dos exames nacionais do ensino secundário em Portugal. 

História das línguas de Lisboa II
De Afonso Henriques a Camões

«Era possível encontrar muitas formas diferentes de escrever a mesma palavra. Porquê? Porque a ortografia não era ainda, nesta época, uma preocupação. A língua, na oralidade, era completa e complexa, como todas as línguas em todas as épocas e lugares. Na escrita, no entanto, estava ainda por padronizar (esta gramática era um dos primeiros documentos nesse sentido). Estamos perante tentativas de usar o sistema de escrita latino para representar uma língua que já era muito diferente.»

Artigo do professor universitário e tradutor Marco Neves publicado no blogue Certas Palavras em 24 de março de 2022, a respeito da história linguística da cidade de Lisboa, de Afonso Henriques a Camões. Segue a norma ortográfica de 1945.

A literatura africana nas escolas
A experiência brasileira

«Nós, como professores de literatura no Brasil, encontramos uma pluralidade de alunos, com anseios e desejos diversos. E como tais, esses alunos são, em sua maioria, jovens com vontade de representação, até porque estão na idade de se afirmarem num mundo para o qual vinham se preparando. Uma literatura que reflita apenas a visão de mundo europeia limitaria não somente a sua percepção como não necessariamente os representaria.»

Reflexão do professor e investigador de Português brasileiro Roberto Lota sobre a presença das literaturas de países africanos de língua portuguesa nos programas escolares no Brasil. Texto publicado no mural Língua e Tradição, no Facebook em 05 de feveriro de 2023, a seguir transcrito com a devida vénia.