1. Coincidindo com a interrupção da atividade escolar na quadra do Natal, as atualizações do Ciberdúvidas têm igual paragem até 3 de janeiro de 2023, data em que serão retomadas normalmente. Durante o período festivo, fica encerrado o Consultório e reduz-se a frequência da divulgação de outros conteúdos nas demais rubricas. Como sempre, mantém-se o livre acesso ao extenso arquivo do Ciberdúvidas.
Para assuntos que não digam respeito ao esclarecimento de dúvidas, continuam disponíveis os contactos indicados aqui. Na imagem, Sagrada Família, representação integrante do retábulo que se encontra na Sé Catedral de Viseu e que é da autoria de Grão Vasco (c. 1475-c.1542).
2. Na última atualização do Ciberdúvidas em 2022, abordam-se os seguintes tópicos:
– No Consultório, as respostas dizem respeito ao uso da nominalização de invasão, a colocação dos pronomes átonos depois do advérbio aqui, ao nome comum caulino, ao nome próprio Oxalá e à expressão «produção de vídeo». A propósito dos Reis Magos, uma última questão: a pronúncia do nome de um deles – Belchior ou Melchior.
– Nas demais rubricas, apresenta-se uma reflexão sobre os verbos impessoais no ensino de Português Língua Estrangeira (Ensino), e transcreve-se com a devida vénia um artigo do escritor João Melo sobre a 26.ª Bienal Internacional do Livro de São Paulo (Controvérsias). No reportório vocabular e fraseológico A covid-19 na língua, há três novas entradas, relativas às sequelas físicas e psicológicas da doença, sobretudo entre os jovens: os termos miocardite e pericardite, o nome infelicidade e o anglicismo brain fog («nevoeiro cerebral»).
3. Duas notícias e uma crónica à volta de acontecimentos e efemérides que marcaram 2022 ou que definem já o horizonte de 2023:
– A invasão da Ucrânia ditou que oligarca fosse a palavra mais pesquisada em 2022 no Dicionário Priberam da Língua Portuguesa, conforme comunicado da empresa Priberam, dando conta da publicação em linha de O Ano em Palavras. Trata-se de uma lista de 24 entradas (duas por mês) que, em colaboração com a Agência Lusa, foram selecionadas como definidoras de 2022. Entre elas, contam-se maioria absoluta, estagflação, monarca, bicentenário, prevaricação e intempérie. Para saber a razão destas e das restantes escolhas, consultar as páginas de O Ano em Palavras e a nota de imprensa da Priberam em 15/12/2022.
– Em Angola, discute-se a inserção das línguas nacionais bantas e não bantas no sistema de ensino. Na abertura do II Seminário da CPLP sobre Português Língua Segunda para Professores do Ensino Primário, que decorreu em Luanda de 12 a 14/12/2022, a ministra angolana de Estado para a Área Social, Dalva Ringote, realçou a importância deste encontro para a partilha de experiências «que contribuem para a definição de uma estratégia a adotar no processo de inserção das línguas [bantas e não bantas] no currículo escolar» (Jornal de Angola, 13/12/2022).
– O 50.º aniversário do ISCTE, assinalado pela reitora desta instituição, Maria de Lurdes Rodrigues, em crónica incluída no Jornal de Notícias, em 15/12/2022, e da qual se destaca a seguinte consideração: «[...] A guerra mobiliza os jovens, não lhes permite continuar a estudar. A guerra destrói vidas humanas, cidades inteiras, infraestruturas, e também instituições, como as universidades, que demoram décadas a [ser construídas], mas que podem desaparecer num curto lapso de tempo.»
4. Recorde-se que também nas Notícias bem como no Facebook se encontra sempre informação atualizada sobre os conteúdos de três dos programas que, à volta da língua portuguesa, são transmitidos pela rádio pública de Portugal. São eles:
♦ Língua de Todos, na RDP África, às sextas-feiras, às 13h20* (repetido no dia seguinte, pouco depois do noticiário das 09h00*);
♦ Páginas de Português, transmitido pela Antena 2, no domingo, às 12h30* (repetido no sábado seguinte, às 15h30*);
♦ e Palavras Cruzadas, um programa realizado por Dalila Carvalho e emitido na Antena 2, de segunda a sexta, às 09h50 e 18h50*.
* Hora oficial de Portugal continental.
5. Finalmente, associando-as aos nossos votos de Festas Felizes, ficam as palavras (também) evocativas do ambiente desta época no interior norte de Portugal, num poema de Miguel Torga (1907-1995):
Foi tudo tão pontual
Que fiquei maravilhado.
Caiu neve no telhado
E juntou-se o mesmo gado
No curral.
Nem as palhas da pobreza
Faltaram na manjedoira!
Palhas babadas da toira
Que ruminava a grandeza
Do milagre pressentido.
Os bichos e a natureza
No palco já conhecido.
Mas, afinal, o cenário
Não bastou.
Fiado no calendário,
O homem nem perguntou
Se Deus era necessário...
E Deus não representou.
Miguel Torga, Diário V