1. A notícia de que o presidente dos Estados Unidos Donald Trump está infetado com covid-19 trouxe para a ribalta mediática termos relacionados quer com os tratamentos que estão a ser aplicados ao doente, quer com o seu estatuto de doente especial e também com as suas atitudes. Esta evolução das situações relacionadas com a pandemia motiva, deste modo, a introdução de seis novas expressões em A covid-19 na língua: cocktail de anticorpos, doente diferenciado e «Não tenham medo (da covid-19)». Para além destas, poderão ainda ser consultadas as entradas espectadores, FMPM e Regra dos três cês.
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2. A Academia Real das Ciências da Suécia começou a divulgar os vencedores do Prémio Nobel 2020 nas diferentes áreas. Este é um assunto amplamente acompanhado e comentado nos meios de comunicação social e, em particular, no audiovisual português. Quase invariavelmente, com a prolação errada da palavra Nobel – que deve dizer-se /nobél/ e não /nóbel/. Voltamos a recordar, por isso, o recomendado em diversas ocasiões: «Outra vez a pronúncia de Nobel», «Nobel, palavra oxítona (aguda): /Nobél/». Não esqueçamos ainda que, se se quiser referir o conjunto dos prémios, a expressão correta será «Prémios Nobel», sem lugar a pluralização da palavra Nobel. Todavia, se esta for usada como nome comum, referindo as pessoas premiadas, a sua forma plural será nobéis (cf. «O plural de Nobel e a sua pronúncia»).
3. As palavras quisto e querido terão, pelo menos até ao século XVI, coexistido como particípios do verbo querer. É o que se explica na nova atualização do Consultório. Uma viagem pela história da língua é o que exige uma questão relacionada com a existência do adjetivo perfunctório na língua portuguesa. Também no âmbito da lexicografia se encontra a identificação do gentílico de Ribeira Seca (Açores). Por fim, na área da sintaxe, esclarecem-se as possibilidades de colocação do pronome átono em oração infinitiva e classifica-se uma oração que integra uma frase copulativa.
4. A pandemia continua a não dar sinais de abrandamento, contribuindo para o aumento dos números de pessoas infetadas. Este é o mote para a crónica da professora Carla Marques, que aborda as palavras doença e cura (crónica divulgada no programa Páginas de Português da Antena 2, no dia 4 de outubro de 2020).
5. O processo de cooficialização das línguas no contexto de um país ou de uma região multilíngue é o objeto da crónica da professora e autora Edleise Mendes, que aqui transcrevemos (divulgada originalmente no programa programa Páginas de Português da Antena 2, no dia 22 de setembro de 2020).
6. O tradutor é considerado classicamente um traidor. «Traduttore, traditore», afirma o provérbio italiano, que, na verdade, acaba por dar conta da profunda dificuldade que preside ao ato de encontrar a palavra, a expressão ou a frase certa, que verta noutra língua os sentidos da língua original. É esta problemática que o artigo «Minha pátria é minha língua», da jornalista Mariana Payno, aborda (originalmente divulgado na revista Gama e aqui transcrito com a devida vénia).
7. No dia 5 de outubro, para além da Implantação da República Portuguesa, assinalou-se também o Dia do Professor. A UNESCO celebrou esta data destacando o importante papel dos professores no contexto da pandemia, que foram um agente essencial na defesa do direito à educação e na criação de soluções para a definição de um novo cenário de aprendizagem em contexto de isolamento (notícia).
8. Nos programas produzidos pela Associação Ciberdúvidas da Língua Portuguesa para a rádio pública portuguesa, recordamos aqui o Páginas de Português, transmitido pela Antena 2, que será difundido no domingo, dia 11 de outubro, pelas 12h30*, com repetição no sábado, 17 de outubro, às 15h30*. e o programa Língua de Todos, emitido pela RDP África, na sexta-feira, dia 9 de outubro, pelas 13h20* (com repetição no sábado, 10 de outubro, depois do noticiário das 09h00*.
9. Registo final, e bem triste: o encerramento da centenária Coimbra Editora – especialmente afamada em Portugal pelas obras publicadas de natureza jurídica e de medicina, mas também de livros de português, nomeadamente o primeiro Vocabulário de Língua Portuguesa, o de F. Rebelo Gonçalves, em 1966, hoje uma raridade bibliográfica.
*Hora oficial de Portugal continental, ficando ambos os programas disponíveis posteriormente aqui e aqui.