1. O atual conflito na Ucrânia continua a fazer vítimas, a provocar saídas em massa do país e a deixar um rasto de destruição atrás de si. A situação vai exigindo que países não envolvidos tomem posição relativamente aos acontecimentos que se vão sucedendo, alguns dos quais poderão implicar crimes de guerra. A própria ameaça de uma intervenção nuclear não deixa ninguém indiferente face a consequências que poderão atingir toda a humanidade. Algumas organizações internacionais e certos países vão oscilando entre posições de neutralidade e de imparcialidade. Convém aqui recordar que estas palavras designam realidades distintas: a neutralidade é a qualidade daquele que não se declara nem a favor nem contra, não se associando a nenhuma posição; já a imparcialidade descreve a atitude daquele que age e/ou julga de forma justa, não favorecendo uma posição em detrimento de outra. A diferença entre os termos mostra que a realidade que se vive não pede neutralidade, mas antes imparcialidade na forma como se julgam os responsáveis pelo cenário de guerra patente na Ucrânia. Terá sido este o contexto que levou países como a Suíça ou a Suécia a reverem as suas históricas posições de neutralidade. É também a neutralidade, neste caso da Ucrânia, que a Rússia apresenta como uma das exigências para o cessar-fogo.
Primeira imagem: Êxodo II, de Lasar Segall, 1949
2. Entretanto, outras guerras seguem o seu curso, um pouco esquecidas pela comunicação social, que assumiu a guerra entre a Ucrânia e a Rússia como tema principal (e muitas vezes, único). No Afeganistão, o conflito vai deixando rasto nos próprios habitantes, que enfrentam atualmente uma situação generalizada de desnutrição, como sintetiza a expressão «Afegãos famintos», a nova entrada de O Afeganistão de A a Z.
3. No Consultório, procura-se um verbo derivado do nome monólatra, numa relação de derivação semelhante a de idólatra – idolatrar. Não se encontra, todavia, um registo que ateste o uso de uma forma como "monolatrar", apesar de poder constituir um verbo corretamente formado do ponto de vista morfológico. Para além desta resposta, a atualização trata ainda o uso da palavra géneros, os significados de educativo vs. educacional e de raiva, rancor e ressentimento. Propõe-se também uma tradução para o termo subjectivation (do francês) e uma reflexão sobre o uso correlativo de tempos do passado.
4. O uso pouco rigoroso dos termos informante e informador motiva um apontamento para a rubrica Pelourinho, da autoria de José Mário Costa, cofundador do Ciberdúvidas da Língua Portuguesa, onde se chama a atenção para traduções pouco rigorosas.
5. A professora universitária Margarita Correia reflete, no seu artigo, sobre a importância de se conceder à educação o valor que ela merece, sobretudo no que respeita à formação de professores de português, que começam a escassear em consequência da desvalorização política e social da carreira (aqui transcrito com a devida vénia).
6. As falsas teorias da conspiração chegam também ao estudo da língua quando se afirma que o português tem origem no grego antigo. Esta e outras ideias do campo do fantástico são desmistificadas pelo professor e tradutor Marco Neves no artigo que aqui se transcreve com a devida vénia.
7. O almofariz é um objeto com um uso que se estende a diferentes civilizações ao longo de muitos séculos. É o que nos conta José Augusto Barroso, oficial de Justiça (aposentado), num texto de apresentação da exposição dedicada ao tema.
8. O Brasil completa, a 7 de setembro de 2022, 200 anos da sua independência, uma data que se comemora e recorda ao longo do presente ano. Este é o mote de uma entrevista ao ministro dos Assuntos Exteriores do Brasil, Carlos França, no diário português Publico do dia 13//03/202, conduzida pela jornalista Isabel Lucas.