1. A guerra que se mantém às portas da Europa força os países da União Europeia a pensar em novas soluções que possam contribuir para a resolução dos problemas que se têm vindo a avolumar. Entre elas surge a proposta do presidente francês Emmanuel Macron, que sugeriu, no discurso proferido a propósito do Dia da Europa (9 de maio), a criação de uma nova "Comunidade Política Europeia", para incluir países como a Ucrânia, cujos processos de adesão à UE poderão ser muito demorados. A ser acolhida, esta proposta abriria portas à criação de uma nova sigla que designaria o conjunto de países subordinados a estes novos tratados: falaríamos da CPE. Enquanto isso, do lado da Rússia celebra-se o Dia da Vitória e o presidente russo Vladimir Putin, no seu discurso, classifica a guerra a decorrer a Ucrânia como um ato preventivo contra as intenções de invasão por parte da NATO. O que é certo é que, para além das muitas interpretações, mais ou menos surrealistas, relativas ao conflito na Ucrânia, milhares de pessoas estão em fuga e precisam de ajuda para retomarem as suas vidas. Em Portugal, entre as muitas medidas adotadas, pensou-se também nas crianças e jovens que precisam de aprender a língua portuguesa para que possam fazer o seu percurso de integração. Nesta linha, a RTP lançou um novo conjunto de aulas do projeto Estudo em Casa, destinadas a alunos ucranianos. A este recurso vem juntar-se ainda o Dicionário Básico Português-Ucraniano, acessível na plataforma RTP Ensina.
2. O Dia da Europa é uma boa oportunidade para recordar que a União Europeia se caracteriza pela diversidade linguística. Se contabilizarmos todas as línguas faladas neste espaço, verificamos que aqui se reúnem 24 línguas oficiais e, se considerarmos toda a Europa, chegamos ao curioso número de 287 línguas (aproximadamente), faladas em cerca de 50 países, o que perfaz cerca de 4% das línguas do mundo. Na Europa, o russo é a língua mais falada, sendo seguida do alemão e do francês. A diversidade de línguas está também associada às palavras que designam os gentílicos (nome que designam os habitantes de diferentes locais) e topónimos (nome que designam os países e regiões) da Europa, que poderão ser recordados aqui.
3. A importância das datas e, em particular, do Dia da Europa e do Dia da Vitória, está na base da reflexão proposta pela professora universitária e linguista Margarita Correia, que considera que «A invasão da Ucrânia pela Rússia, a 24 de fevereiro, e todas as suas consequências fazem de nós, em 2022, cidadãos mais europeus, sejamos mais ou menos informados ou críticos relativamente à visão oficial dos acontecimentos, a que nos vai sendo servida pela comunicação social nossa de cada dia» (publicada no Diário de Notícias e aqui transcrita com a devida vénia).
4. A covid-19 continua a não dar tréguas. Com efeito, em sentido contrário ao aligeirar das medidas de restrição, assiste-se ao aumento do números de «Novos casos». Esta situação motiva a elaboração de um Dashboard, termo inglês que designa os registos dos números associados à doença nos diferentes países. As palavras e expressões destacadas constituem as novas entradas em A Covid-19 na Língua.
5. A origem da palavra rama, usada em locuções como «em rama», é uma das matérias que integram a atualização do Consultório. A ela juntam-se as respostas que abordam aspetos como o uso de ele como complemento direto (no Brasil), construções com o verbo tratar, o uso das preposições nas expressões «dor de costas» ou «dor nas costas». Integram ainda as novas respostas uma reflexão sobre a evolução da nomenclatura gramatical e a integração dos avanços da linguística no ensino não universitário e uma questão sobre os princípios da coerência textual.
6. A língua sempre falou de amor e das suas nuances. As construções e as palavras usadas para descrever atitudes, situações e sentimentos com lugar na esfera do amor foram evoluindo ao longo dos tempos. A coita de amor medieval poderia ter sido provocada, nos dias de hoje, por um dumping ou por um zumping. Estes e outros termos são explicados no apontamento que a professora universitária Sónia Valente Rodrigues dedica ao léxico amoroso juvenil, marcado atualmente por forte influência dos anglicismos (aqui transcrito com a devida vénia).
7. Em defesa da língua portuguesa e contra a invasão dos anglicismos que a dominam manifesta-se um leitor do Público, cuja carta dirigida ao jorna se partilha com a devida vénia, na ribrica Correio.
8. As línguas de sinais constituem o tema nuclear da crónica da professora universitária Edleise Mendes, que recorda o desafio associado à promoção de metodologias de ensino que incluam alunos da comunidade surda (crónica difundida no programa Páginas de Português, da Antena 2).
9. Língua e identidade: foram estas as duas palavras-chave de um artigo publicado pelo professor universitário e tradutor Marco Neves por ocasião da vitória de Portugal na Festival Eurovisão da Canção (em 2017). Uma reflexão que o autor retoma a propósito da edição de 2022 do mesmo evento (texto transcrito com a devida vénia).
10. Reflexões sobre a escrita académica será o tema da sessão de formação orientada pelo professor universitário Paulo Nunes da Silva, com lugar no dia 12 de maio, às 16h00 (evento em linha com inscrição obrigatória).