1. No plano internacional, assinala-se a visita a Portugal do presidente ucraniano Volodymyr Zelensky, esta terça-feira (28/05), para assinar um acordo bilateral de segurança e cooperação militar, cujos termos foram definidos em conversações mantidas nas últimas semanas entre o líder ucraniano e o primeiro-ministro português Luís Montenegro. A palavra bilateral, em destaque neste evento, significa no atual contexto, «que tem dois lados», embora também possa ser usada para referir «lados opostos». Bilateral formou-se da junção do prefixo bi- («dois lados») a lateral (de laterālis,e, «relativo ao lado»). Opõe-se a unilateral («que tem um só lado, parcial») e é sinónimo de ambilateral. Já no plano nacional, deixa-se destaque para os resultados das eleições regionais da Madeira, que ditaram a vitória do PSD, ainda que sem maioria. Este cenário político leva a que os partidos tenham de procurar obter entendimentos, o que já levou a que se comentasse jocosamente que a solução para o governo regional não se encontra numa geringonça (palavra usada para descrever a solução governativa encontrada pelo PS em 2015), mas antes uma "gerimponcha", neologismo que joga com a truncação de geringonça associada ao nome poncha, a bebida tradicional da ilha da Madeira. Um registo, ainda para o neologismo geringonçar, usado pelo primeiro-ministro Luís Montenegro, criticando a iniciativa do PS Madeira: «Os vencedores das eleições concentrados em governar, enquanto os derrotados das eleições estão concentrados em ‘geringonçar’.»
Cf. A geringonça vocabular do ano + 475 anos de geringonça + Geringonça, a palavra que deu a volta ao texto + «A Geringonça, mas a da "Esopaida" de António José da Silva»
2. O advérbio agora pode ser usado também como um conector que assinala uma relação consequencial entre dois segmentos textuais, funcionamento que se explica nesta resposta que integra a atualização do Consultório, onde encontram também respostas questões de natureza sintático-semântica («Inversão de sujeito», «E como palavra denotativa», ««Em vez de» e «na vez de»», «A sintaxe do verbo impor» e «Ou inclusivo vs. ou exclusivo», «O nome objetivo, o complemento nominal e o predicativo do sujeito»), de natureza ortográfica («A expressão «mais conhecido/a que o cão ruço») e de natureza morfológica («O género de manche»).
3. Do ponto de vista normativo, qual a forma correta: «O João já tinha limpo o quarto» ou «O João já tinha limpado o quarto»? A resposta é dada pela consultora Inês Gama, num apontamento sobre os particípios passado duplos.
4. A presença da língua portuguesa em Cabo Verde é indissociável da história e da identidade do povo. O estudo desenvolvido por Goreti Freire, professora da Universidade de Cabo Verde, centra-se nestas questões e integra um dossiê que agora se abre dedicado a esta temática, o qual permitirá conhecer melhor a realidade linguística e identitária em Cabo Verde.
5. A importância da literatura para a formação pessoal e cultural dos alunos assume-se como conceito-chave deste artigo de opinião do poeta e crítico literário António Carlos Cortez, onde se aborda também a relação da literatura com as perceções em torno do exame nacional de português (publicado no Diário de Notícias e aqui partilhado com a devida vénia).
6. Entre os acontecimentos de relevo, destaque para a exposição temporária Línguas africanas que fazem o Brasil, patente no Museu da Língua Portuguesa, em São Paulo, aberta ao público do dia 24 de maio até janeiro de 2025 (mais informações aqui).