De acordo com o Dicionário Gramatical de Verbos Portugueses (coordenado por Malaca Casteleiro, 2007, pág. 504 e 505), o verbo impor, enquanto verbo transitivo direto, não rege nenhuma preposição, quando:
– tem o sentido «tornar obrigatório ou necessário», numa construção com grupo nominal (sujeito) + verbo + grupo nominal (complemento direto) – ex.: «a situação impõe medidas urgentes»;
– tem o sentido de «fazer sentir», numa construção com grupo nominal (sujeito) + verbo + grupo nominal (complemento direto) – ex.: «aquela voz cavernosa impunha medo».
Por outro lado, enquanto verbo transitivo direto e indireto, comporta-se do seguinte modo:
(1) preposição a, numa construção com grupo nominal (sujeito) + verbo + grupo nominal (complemento direto) + grupo preposicional (complemento indireto)
– «tornar obrigatório ou necessário» – ex.: «o conselho disciplinar impusera ao jogador uma pena pesada»;
– «fazer sentir» – ex.: «o ar da professora impõe respeito aos alunos»;
– «imputar» – ex.: «o arguido tentava impor a responsabilidade ao cúmplice».
(2) preposição a, numa construção com grupo nominal (sujeito) + verbo + frase finita (complemento direto) + grupo preposicional (complemento indireto)
– «tornar obrigatório ou necessário» – ex.: «o tribunal impôs ao réu que pagasse uma indemnização».
(3) preposição a, numa construção com grupo nominal (sujeito) + verbo + frase não finita (complemento direto) + grupo preposicional (complemento indireto)
– «tornar obrigatório ou necessário» – ex.: «a mãe impôs ao filho ter melhores notas».
(4) preposição em, numa construção com grupo nominal (sujeito) + verbo + grupo nominal (complemento direto) + grupo preposicional (complemento indireto)
– «colocar» – ex.: «o padrinho deverá impor a mão na cabeça do afilhado».
Enquanto verbo transitivo direto predicativo, comporta-se do seguinte modo:
(1) preposição com, numa construção com grupo nominal (sujeito) + verbo + grupo nominal (complemento direto) + grupo preposicional (complemento indireto)
– «tornar considerado» – ex.: «a demissão do técnico imporia o adjunto como treinador interino».
Enquanto verbo pronominal reflexo, comporta-se do seguinte modo:
(1) sem preposição, numa construção com grupo nominal + verbo + -se
– «ser obrigatório ou necessário» – ex.: «perante este vazio legal, normas ou leis reguladoras impõem-se»;
– «tornar-se considerado» – ex.: «o cientista impusera-se ao longo de 40 anos de investigação».
(2) sem preposição, numa construção com frase finita (sujeito) + verbo + -se
– «ser obrigatório ou necessário» – ex.: «mais cedo ou mais tarde, impor-se-á que a partes negoceiem».
(3) sem preposição, numa construção com frase não finita (sujeito) + verbo + -se
– «ser obrigatório ou necessário» – ex.: «impunha-se resolver a situação»;
(4) sem preposição, numa construção com grupo nominal (sujeito) + verbo + -se + grupo nominal (complemento direto)
– «ser obrigatório ou necessário a si próprio» – ex.: «tu impuseste-te uma meta e vais ter de a cumprir»;
(5) preposição a, numa construção com grupo nominal (sujeito) + verbo + -se + grupo preposicional (complemento direto)
– «tornar-se considerado» – ex.: «o candidato impusera-se ao júri».
(6) preposição como, numa construção com grupo nominal (sujeito) + verbo + -se + grupo preposicional (predicativo do complemento direto)
– «tornar-se considerado» – ex.: «o jogador cedo impôs-se como melhor marcador».