Por exemplo, segundo o Dicionário Houaiss (desenvolvi todas as abreviaturas do original; as datas são as das primeiras atestações):
Ademane — «proveniente do castelhano ademán, este em espanhol de origem obscura [...].»
Botija — «espanhol botija, derivado do latim vulgar *butticŭla, diminutivo do baixo-latim bŭttis, is, divergente de botelha ["garrafa"] [...].»
Cabecilha — «espanhol cabecilha (1505) "chefe de rebeldes" [...].»
Castelhano — «latim castellānus, a, um "relativo a castelo ou praça forte, soldado da guarnição duma praça forte, proprietário dum terreno dentro dos limites duma praça fortificada", plural "guarnição do castelo ou da praça forte, habitantes do castelo, triunfos concedidos pela tomada de um castelo ou praça forte", por extensão "natural de Castela"; empréstimo do espanhol divergente de castelão [...].»
Cavalheiro — «latim tardio caballārius,ĭi, "palafreneiro, escudeiro", pelo espanhol caballero (1076) [...].»
Flamenco («música e dança tradicionais da Anadaluzia») — «espanhol flamenco (a1348), do neerlandês flaming, "natural de Flandres", depois entra em cruzamento com o nome da ave e da cor, difundindo-se no sXIX com a acepção andaluza de "aciganado, agitanado, de aspecto galhardo".»
Granizo — «espanhol granizo (1335) ["saraiva"], de grano "grão" [...].»
Guerrilha — «espanhol guerrilla (1535) ["luta armada que recorre a incursões ofensivas, actos violentos e de surpresa"] [...]; a forma ainda motiva a consciência de diminutivo (inclusive em espanhol).»
Hombridade — «espanhol hombredad, "qualidade, dignidade de ser homem", derivado no espanhol de hombre (c950), "homem" [...].»
Intentona — «espanhol intentona (fim do sXVII) ["conspiração para revolta ou motim"], de intento "intenção" + -ona, este, do latim intēntus,us [...].»
Novilho — «espanhol novillo (noviello 1220, novillo 1343) ["boi novo"], de nuevo "novo", do latim novus, a, um [...].»
As palavras de origem espanhola ou castelhana têm tradição antiga em português, como dizem Pilar Vázquez Cuesta e Maria Albertina Mendes da Luz (Gramática da Língua Portuguesa, Lisboa, Edições 70, 1980, pág. 267):
«Quanto à influência espanhola, é às vezes difícil de determinar, dada a semelhança das duas línguas que faz que os vocábulos castelhanos não saltem à vista como estrangeirismos ou possam confundir-se com cultismos. Contudo, a intimidade de relações entre povos durante toda a Idade Média e a Idade Moderna permite-nos supor que tenha maior importância do que vulgarmente se crê.»