Consultório - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
Início Respostas Consultório Tema: Uso e norma
Huang Zhenyu Estudante Wuhan, China 1K

Sou um estudante do curso de Português e estudo-o há cinco anos na China, mas o conjuntivo[*] ainda para mim esconde muitos mistérios.

Hoje encontrei uma frase: «Queria que a minha família e as pessoas que amo estivessem saudáveis.»

Aqui quer dizer que a família e as pessoas foram saudáveis antes – a minha professora disse-me assim. Ela disse corretamente?

Esta frase tem o sentido de que a família e as pessoas não foram saudáveis antes? E agora o conjuntivo exprime uma hipótese?

 

[* O mesmo que subjuntivo na nomenclatura gramatical brasileira.]

Diogo Maria Pessoa Jorge Morais Barbosa Revisor Lisboa, Portugal 5K

Creio que esta é uma boa altura para dissiparem as nossas duvidas relativamente ao uso de «estratego», «estratega» e «estrategista».

Isto porque, numa das vossas respostas, referem que se escreve estratego e não estratega, mas vários dicionários aceitam não só estratega mas também (na Infopédia, até como forma preferencial) «estrategista» (que, numa outra resposta vossa, aparece como forma do Brasil).

A confusão está criada. Pedia-vos que me ajudassem.

E agradeço desde já.

Dominika Mofele Professora Cracóvia , Polónia 5K

Gostaria de perguntar se podemos utilizar a preposição de com o verbo alugar, como nas frases: «a senhora da qual aluguei um apartamento está no estrangeiro» ou «aluguei um apartamento da amiga da minha mãe». Trata-se de uma situação em que eu sou inquilino e estou a alugar um apartamento de alguém.

Obrigada!

Gustavo Correia Estudante Portugal 24K

Qual a origem da expressão «até mais» (despedida)?

Esta expressão representa um registo linguistico mais formal ou informal?

Obrigado.

Heiko Obermeit Bacteriologista Frankfurt, Alemanha 13K

Já li a pergunta "A concordância do verbo doer" e tenho uma pergunta relacionada: tem a palavra dor de ser usada em concordância com o número da parte do corpo que está a doer?

«Dores na costas», mas «dor de cabeça»?

Na minha língua materna seria sempre o plural, porque a região que dói não é bem delineada e praticamente inumerável.

José Moreira Aposentado Porto, Portugal 4K

Há muita gente que tem dificuldade em empregar o verbo haver no sentido de «existir». Não é raro, antes pelo contrário, ler-se, sobretudo nas redes sociais, «Inaugurado "a" 5 anos», ou «li o livro "à" muito tempo».

Ora, tenho verificado que alguns escreventes, na dúvida, optam por substituir haver por fazer, tal como os brasileiros. Por exemplo, «inaugurado faz 5 anos», ou «li o livro faz muito tempo».

A minha pergunta é: está correcto este emprego do verbo fazer?

 

O consulente segue a norma ortográfica de 45.

Sara Dias . Portugal 2K

Em geral, gostaria de saber quando é possível substituir o Infinitivo Composto pelo Infinitivo Simples, mantendo o sentido da frase.

Sei que esta pergunta já foi respondida antes no Ciberdúvidas: «Trata-se da possibilidade da substituição de uma forma pela outra– de "intercambialidade", como se sugere na pergunta –,sem incorrer em incorreção ou alteração significativa no significado da frase. O infinitivo simples (IS) pode substituir o infinitivo composto (IC), mas a inversa não é sempre possível.»

No entanto, há casos em que me parece que a substituição do Infinitivo Composto pelo Infinitivo Pessoal altera o sentido da frase, ou cria, até, frases agramaticais (26). Fico por isso na dúvida se a resposta do Ciberdúvidas que transcrevi tinha um caráter geral. Tinha?

No caso concreto das frases 1 a 4, penso que 1 e 2 têm sentidos semelhantes, mas 3 e 4 não. Qual é a razão para nos casos 1 e 2 ser possível fazer a substituição (caso seja) e nos casos 3 e 4 não (caso não seja)?

(1) Foi bom termos tido essa reunião. (2) Foi bom termos essa reunião.

(3) É bom termos tido essa reunião. (4) É bom termos essa reunião.

Quanto aos seguintes pares de frases, consideram que têm o mesmo sentido? Quais são as regras que permitem (ou não) realizar a substituição de um tempo por outro?

(5) Espero desligar o gás. (6) Espero ter desligado o gás.

(7)No caso de não poderes vir, telefona-me. (8)No caso de não teres podido vir, telefona-me.

(9) Até ele ficar bem, não me irei embora. (10) Até ele ter ficado bem, não me irei embora.

(11) Em vez de terem ido ao mercado, podiam ter ido à praia. (12) Em vez de irem ao mercado, podiam ter ido à praia.

(13) Depois de acabares os trabalhos de casa, podemos ver televisão. (14) Depois de teres acabado os trabalhos de casa, podemos ver televisão.

(15) Apesar de o tempo ter estado péssimo, foram passear. (16) Apesar de o tempo estar péssimo, foram passear.

(17) Apesar de terem tido muito dinheiro, são discretos. (18) Apesar de terem muito dinheiro, são discretos.

(19) Lamento não terem assistido à reunião. (20) Lamento não assistirem à reunião.

(21) Lamentei não teres vindo à festa. (22) Lamentei não vires à festa.

(23) Não vás para a rua sem pores o casaco. (24) Não vás para a rua sem teres posto o casaco.

(25) É provável já se terem conhecido na última reunião. (26) É provável já se conhecerem na última reunião.

Uma vez mais, agradeço o ótimo serviço prestado e a atenção dispensada.

Fernando Carvallo Bibliotecário Sao Paulo, Brasil 4K

Gostaria de saber se o interrobang(ue) já é aceite e reconhecido em português.

Lucas Ximenes Escritor Porto Velho, Brasil 53K

Gostaria de saber se eu posso ou não usar vírgulas antes da preposição "com".

Vou citar algumas frases de exemplo, que sempre me confundem.

«João me encarou, com os olhos abertos.»

«Leslie segurou a corda enquanto falava, com os olhos brilhando de entusiasmo.»

«Rose lançou um olhar furioso, com sua cabeça balançando.»

Na literatura inglesa, esses casos são mais difíceis de acontecer, pois eles costumam remover o com e deixar a frase intacta. Levantei uma dúvida sobre isso e me foi dito que o com deixaria as frases mais genuínas, pois, caso contrário, soaria a tradução.

Ou seja, o "com" é ou não necessário?

Diogo Morais Barbosa Revisor Lisboa, Portugal 2K

Como poderíamos fazer o diminutivo de jornalista?

Li jornalistinha, mas soa-me francamente mal...

Aproveito para vos agradecer o facto de estarem a responder-nos também nesta fase de confinamento.