Consultório - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
Início Respostas Consultório Tema: Formas de tratamento
Fábio Vasco Estudante universitário Quinta do Conde, Portugal 9K

Na frase «E se cada um de nós tivesse um sol só para si?» (de um recente cartaz publicitário), como sabemos se o si tem o significado de «nós mesmos» ou se significa «para você»? Julgo ser um caso eternamente ambíguo, não? Apesar de, acho, a maioria das pessoas entender a frase como sendo qualquer coisa do tipo «E se cada um de nós tivesse um sol para cada um de nós mesmos?».

Obrigado.

Carlos Pinheiro Hoteleiro Rio de Janeiro, Brasil 37K

Estou cursando um preparatório para concurso e em uma das aulas o professor nos disse que podemos usar o pronome consigo com referência a primeira pessoa do singular eu. Por exemplo: «Eu caminhava e falava consigo sobre o que ocorreu ontem.»

Perguntei a ele se deveria usar o pronome comigo ao invés do consigo. Ele disse que ambas as formas podem ser aceitas em uma prova de concurso. Porém, depende de a bancada julgar correto ou não.

Segundo ele, o professor, temos muitos autores de gramática da língua portuguesa que divergem quanto ao uso desse pronome com referencia ao pronome eu.

Preciso de ajuda quanto a esta questão e desde já agradeço.

Pamela Viegas Funcionária pública Macau, China 41K

Tenho dúvidas nas expressões de cortesia usadas por telefonistas. Quais as correctas?

1.

a) «Bom dia, em que lhe posso ser útil?»

b) «Bom dia, em que posso ser-lhe útil?»

2.

a) «Bom dia, em que posso ajudar?»

b) «Bom dia, em que o/a posso ajudar?»

O pronome em b) é absolutamente indispensável?

José Pedro Soares Estudante do ensino secundário Maia, Portugal 5K

Gostaria de obter mais informação sobre as fórmulas de tratamento (ex.: uso da terceira pessoa do singular para demonstrar distanciamento, etc.).

Obrigado.

Luciano Eduardo de Oliveira Professor Botucatu, Brasil 6K

Sei que em Portugal é comum misturar o pronome vocês com o pronome vós, mas já que o Ciberdúvidas dá consultorias lingüísticas, o que necessariamente repousa na gramática normativa, não teria sido melhor ter sugerido «Pintai a vossa vida da melhor forma», em que haveria uniformidade de tratamento?

Miriam Silveira Professora Rio Preto, Brasil 7K

Gostaria de saber como tratar um padre no Brasil, tanto na forma verbal como, e principalmente, na forma escrita.

Obrigada.

Pedro Ribeiro Estudante São Paulo, Brasil 10K

É correto dizer: «Falta-te juízo!»? Em outras palavras, é possível usar pronome oblíquo de segunda pessoa quando o verbo pedir um objeto indireto? Seria melhor dizer: «Falta juízo a ti»?
Sei que o mais correto seria dizer: «Falta-lhe juízo». Porém, quero manter a conjugação na segunda pessoa, como é possível?

Grato.

Helena Ramos Professora/ formadora Lisboa, Portugal 43K

Gostaria de ver esclarecido o uso de V. Ex.ª — quando se aplica abreviado e por extenso, como em Vossa Excelência.

Obrigada.

Rui Coelho Portugal 20K

O que há de errado com as expressões "nós vamos" e "vós ides". Como se justifica que não se usem em vez das "a gente vai" e vocês vão". Será da moda ou é algo da língua portuguesa?
Obrigado.

Eddie V. O. Estudante Califórnia, EUA 7K

Li uma resposta aqui no Ciberdúvidas onde se falava sobre os pronomes pessoais no Brasil. Diz-se que esse uso é incorrecto na linguagem formal. O que quero saber é então como é que se pode fazer a diferença entre o ouvinte (você), e uma terceira pessoa (ele/ela). Se estou a falar com um homem a quem chamo de «você», no Brasil ou em Portugal, e, nós dois estamos a falar de outro homem (o Senhor Martin), como se pode especificar de quem se fala se digo algo como: «(No telefone) Você sempre fala do mesmo caso. Já lhe disse que isto é tão importante para si/você quanto para mim. O Senhor Martin estará aí durante umas horas e depois partirá consigo/com você. Apesar de tudo isto, receio que não poderei vê-lo.»
Isto aqui é um texto que inventei neste momento. Talvez não seja tão genuino, mas há muitos casos assim. Agora, como se pode especificar de quem estou a referir-me aí? Sei que poderia dizer «ver o Senhor Martim», mas seria redundante. Tampouco «ver você» estaria correcto. Isto, como se sabe, leva também muita gente do Brasil usarem «te» com o pronome «você», i.e. «Deixe que eu te diga. Você vai ficar surpreendido». Esta trapalhada de pronomes, porém, também acontece em Portugal com «vocês», i.e. «Quero dizer-vos que vocês são muito simpáticos». No complemento indirecto já se diz: «Quero dizer a ele», «Vou mostrar a vocês que não é difícil». Em espanhol, esta diferença faz-se com o chamado «a pessoal», i.e. «Lo veo a usted», «Lo veo a él», «Los llevo (a ellos/a ustedes)».
Então, como se pode dizer isto correctamente?
Seja com «vocês, eles/elas» em Portugal, ou, «você, ele/ela» no Brasil.
Eu sempre soube que estes usos são incorrectos, embora sejam utilizados como a norma. Quando uso «vocês», sempre faço a concordância com «lhes, os/as, seu(s)/sua(s)», mesmo que sempre veja e escute os portugueses fazerem a discordância com «vos, vosso(s)/vossa(s)». Em outra resposta no Ciberdúvidas, leio que este uso de «vos, vosso» em Portugal é mais provinciano, que o que se deve ensinar aos estrangeiros é usarem «lhes, os/as, seu» com «vocês». Mas, muitas das fontes para aprender português (de Portugal) que eu usei, ensinam «vos» como o complemento directo e indirecto que vai com «vocês», junto com «vosso». Por que é isto? Fiquei surpreendido quando o vi. Apenas começava a aprender português, e falando já espanhol, sabia que isso era errado. Até hoje, nego-me a usar «vos, vosso» com «vocês». Prefero usar o pronome «vós» e as suas formas verbais antes do que isso. No principio, tinha medo de que seria eu o «errado» nos olhos (e nos ouvidos) dos portugueses.
Uma última pergunta tendo a ver com este tema, em Portugal, é aceitável o uso de «você» e «com você» em vez de «si» e «consigo»?
Oxalá possam esclarecer as minhas dúvidas.
Muito obrigado.