1. O verbo de elevação é um verbo que não tem sujeito e que, ao seleccionar uma completiva como objecto directo, permite que o sujeito dessa completiva venha a ser sujeito da oração subordinante (frase superior).
Atentemos nos exemplos.
a) Parece que os alunos estragaram o pavilhão.
Construção de elevação correspondente:
b) Os alunos parecem ter estragado o pavilhão.
«Alunos» é seleccionado pelo verbo estragar como sujeito. O facto de haver concordância do verbo parecer prova que se trata de uma construção de elevação.
De outra ordem é a estrutura:
c) Os alunos parece que estão contentes.
que é apenas uma construção com tópicos marcados.
Outro aspecto a ter em conta é que a construção de elevação só o é, de fa(c)to, quando a completiva está no infinitivo não flexionado («ter estragado»/«estragar»).
2. O verbo parecer é um verbo de elevação típico em várias línguas. São igualmente verbos de elevação (que, aliás, só ocorrem em estruturas de elevação) os verbos dever e poder:
d) Os alunos devem entregar os trabalhos amanhã.
3. O termo linguístico elevação é um termo semanticamente concordante com superior [activado em «frase superior» e «verbo superior»] que, por sua vez, vinca a estrutura hierárquica da subordinação.
4. Sobre construções de elevação, ver:
DUARTE, Inês 2003 – “Subordinação completiva – as orações completivas” in Mateus et al., Gramática da Língua Portuguesa, Lisboa, Caminho: 593-651.
Ver também os artigos em linha de
Telmo Móia, Anabela Gonçalves e Ernestina Carrilho.