A utilização da preposição de é possível nos casos que apresentaremos abaixo. Refira-se, todavia que a segunda frase tem um problema de estrutura, pelo que consideraremos a frase apresentada em (1):
(1) «O texto é fixe de ler.»
A construção em causa é uma construção particular que é equivalente a uma frase na qual o adjetivo interessante (ou fixe) seleciona uma oração completiva com função de sujeito:
(2) «É interessante ler a banda desenhada.»
(3) «É fixe ler este texto.»
Os adjetivos que se constroem com oração completiva também permitem uma construção como a que se apresenta em (4) e (5):
(4) «A banda desenhada é interessante de ler.»
(5) «Este texto é fixe de ler.»
Neste caso, estamos perante uma estrutura copulativa que tem como sujeito o sintagma nominal que constitui o complemento direto na oração completiva (em (2) e (3)). Nas frases (4) e (5), a oração completiva perde o seu complemento direto e é introduzida pela preposição de1.
Atentando agora na segunda frase apresentada pelo consulente, veremos que o seu problema é de natureza sintática. A estrutura «bem escrito e fixe» coordena um particípio verbal com um adjetivo com sintaxes distintas: o particípio escrito ocorre com o verbo estar; o adjetivo fixe ocorre preferencialmente com o verbo ser:
(6) «O livro está bem escrito.»
(7) «O livro é fixe.»
Disponha sempre!
1. Para mais informações, cf. Veloso e Raposo in Raposo et al., Gramática do Português. Fundação Calouste Gulbenkian, pp. 1365 – 1366.