Com o sentido de «latir», o verbo ladrar é intransitivo («Os cães não param de ladrar») ou transitivo indireto («Os cães ladravam aos transeuntes»). Logo, não é possível haver voz passiva analítica ("ser ladrado" > "fui ladrado"), pois a transposição para essa voz verbal não é possível com verbos intransitivos ou transitivos indiretos (com este tipo de verbo, há alguns casos excepcionais, mas não é o caso de ladrar), mas só com verbos que exigem objetos diretos*, como os transitivos diretos.
Atenção! O verbo ladrar até pode ser transitivo direto, porém somente com o sentido de «praguejar, proferir insultos»: «Ele entrou na sala ladrando mil injúrias.» Neste caso, em linguagem conotativa, até se poderia interpretar que um cão estava praguejando: «Sempre que os fogos explodiam, um cão ladrava ofensas.» (Na voz passiva, ficaria assim: «Sempre que os fogos explodiam, ofensas eram ladradas por um cão.»)
Desse modo, não nos parece possível a construção "fui ladrado por um cão", porque isso equivaleria à construção «Um cão ladrou-me» (ou "ladrou a mim"), na qual o verbo é transitivo indireto.
Sempre às ordens!
* Por ser brasileiro o consulente, foi usada na resposta a nomenclatura gramatical do Brasil.