Passo a responder às suas questões pela ordem que as apresenta.
(1) «As ruas estão molhadas, pois choveu durante a noite.»
A oração sublinhada é uma oração subordinada adverbial causal, uma vez que exprime a causa, o motivo de as ruas estarem molhadas.
Se invertêssemos a ordem das orações, passaríamos a ter uma oração coordenada explicativa. E porquê?
(2) «Choveu durante a noite, pois as ruas estão molhadas.»
Porque está subjacente uma dedução, uma hipótese por parte do locutor, e não um facto. As ruas estarem molhadas nunca poderia ser a causa de chover. As ruas até podem ter ficado molhadas, porque os funcionários da Câmara Municipal estiveram a lavar a rua durante a noite, por exemplo!
Por conseguinte, uma oração causal exprime um facto; uma explicativa exprime uma dedução, uma conjectura.
Nesta linha de pensamento, considere-se a frase (3):
(3) «As ruas estão molhadas, logo choveu durante a noite.»
A oração introduzida pela conjunção logo exibe, a meu ver, essa mesma ideia expressa pela coordenada explicativa presente em (2). Deduz-se que deve ter chovido, porque as ruas estão molhadas. Neste caso, é a conjunção que dá o nome à oração e ela passa a designar-se coordenada conclusiva.
Em relação às frases:
(4) «Ela estudou muito, mas não passou no concurso.»
(5) «Embora estudasse muito, não passou no concurso.»
A frase (4) contém uma oração coordenada adversativa, e a frase (5) contém uma subordinada adverbial concessiva.
Apesar de semanticamente exibirem o mesmo valor – de oposição – apresentam algumas diferenças sintá{#c|}ticas, das quais destaco a mobilidade da subordinada:
(4) b. *«Mas não passou no concurso, ela estudou muito.»
(5) b. «Não passou no concurso, embora estudasse muito.»
Para mais diferenças ente orações coordenadas e subordinadas, sugiro que consulte a Gramática da Língua Portuguesa, de Maria Helena Mateus et al. (pág. 569) e as respostas Coordenação vs. subordinação e Orações adversativas vs. orações concessivas, nas quais se aborda este assunto de forma exaustiva.
Disponha sempre!