N.E.: O gerúndio (correndo, amando, seguindo) é uma forma nominal dos verbos, tal como o infinito e o particípio passado. Emprega-se para apresentar uma acção em curso, como por exemplo: «Fazendo as coisas assim, chegamos lá.»
Esta forma também desempenha funções adjectivas e adverbiais: «Ela seguia pelo caminho cantando alegremente.»
Napoleão Mendes de Almeida, no seu Dicionário de Questões Vernáculas, diz que «...emprega mal o gerúndio quem o faz em lugar de subordinada adjectiva; em legítimo português diz-se "Língua extinta é a que não deixou documentos que provem a sua existência" (e não: "...que não deixou documentos provando a sua existência").»
Rodrigo de Sá Nogueira, em Dicionário de Erros e Problemas de Linguagem, também aconselha a que se evite o galicismo. Diz ele que as formas francesas «do tipo contenant, aimant, nommant, não são do gerúndio, mas do particípio presente latino: não devem traduzir-se por contendo, amando, nomeando, mas por (...) continente, amante, nomeante, ou: que contém, que ama, que nomeia».
A sua observação é muito pertinente: a linguagem dos nossos dias está cheia destas incorrecções.