Tem razão nas suas dúvidas. O uso indiscriminado do gerúndio nem sempre é correcto/correto nas nossas línguas.
Indico, a seguir, as noções que respeito, certamente do seu conhecimento, mas que julgo conveniente referir, para situar bem outros nossos companheiros de estudo da língua.
1. Na sua forma simples, o gerúndio é o processo verbal em curso. Exprime uma acção simultânea da do verbo principal (ex.: `Lava-se cantando.´: sem vírgula).
2. Na forma composta, representa uma acção concluída em relação à acção principal (ex.: `Tendo-se despenhado o avião, morreram …..´). E aceita-se a forma simples para representar também a acção anterior, quando está no início do período (ex.: `Despenhando-se o avião, morreram …..´: neste caso com vírgula).
3. De facto, tem sido condenado o uso do gerúndio com valor coordenativo. Neste critério, que também é o meu, a frase «Entrou, pondo tudo em alvoroço.» não está perfeita; deve escrever-se: `Entrou e pôs tudo em alvoroço.´. Acrescento outro exemplo: a frase «Ele é esperto, sendo preguiçoso» não está correcta/correta; deve escrever-se `Ele é esperto, mas preguiçoso.´.
4. Tem sido igualmente condenado o uso do gerúndio com valor de atributo. Neste critério, a frase: «Um decreto regulando …..» não está correcta; deve escrever-se: `Um decreto que regula …..´.
Apresento-lhe os meus cumprimentos e felicito-o pelo seu bom domínio da língua portuguesa.