O topónimo em questão ocorre tradicionalmente com artigo definido – «o Porto Alto» –, atendendo a que se fala nas «festas do Porto Alto em honra de Nossa Senhora de Guadalupe».
Considera-se que os topónimos que têm origem em nomes comuns concretos são usados com artigo definido: «a Figueira da Foz» (cf. figueira); «o Funchal» (cf. funchal, de funcho). No entanto, este critério nem sempre se verifica: por um lado, há topónimos do tipo apontado que ocorrem sem artigo definido («vivo em Figueira de Castelo Rodrigo»); por outro, nomes concretos que designem espaços edificados ou unidades de povoamento como castelo, castro, ponte, vila, fixaram-se muitas vezes como topónimos sem artigo definido: «vivo em Castelo de Paiva/ Castro Laboreiro/Ponte de Lima/Vila Nova de Gaia». O caso da cidade do Porto confirma o critério geralmente aplicado: «o Porto». Mas encontram-se topónimos como Porto de Mós que o contrariam: «vivo em Porto de Mós».
A respeito da associação do artigo definido aos topónimos derivados de nomes comuns concretos, portanto, é preciso estar sempre atento ao uso local, sem descurar a denominação oficial. Diz-se «o Porto Alto», com artigo definido, não propriamente porque o núcleo do topónimo é realizado por uma palavra com origem no nome comum porto, mas muito mais porque os usos local e administrativo integram o artigo definido.