DÚVIDAS

Tempo e modo nas construções condicionais

Desde já gostaria de felicitar o vosso trabalho! Quero também fazer uma pergunta, porque, como diz, «Ter dúvidas é saber!».

Relativamente à seguinte frase:

«Se o Padre António fosse vivo, talvez não mudasse uma vírgula aos seus Sermões.»

Estou com alguma dificuldade em analisá-la. É uma oração subordinada integrante? O uso do pretérito imperfeito do conjuntivo na frase acima transcrita é justificado por se pretender transmitir uma ideia de relatividade e de hipótese?

Agradecia que me pudessem ajudar.

Resposta

A frase apresentada equivale à seguinte: «Se o padre António fosse vivo, talvez (o padre António) não mudasse uma vírgula aos seus Sermões»; ou ainda: «O padre António talvez não mudasse uma vírgula aos seus Sermões, se (ele) ainda fosse vivo.»

A oração «talvez (o padre António) não mudasse uma vírgula aos seus Sermões» é subordinante, e a oração «Se o padre António fosse vivo» é subordinada condicional.

Os verbos estão no conjuntivo porque este é o modo que apresenta a eventualidade e a possibilidade. O advérbio talvez introduz a dúvida existente na oração subordinante e impõe aqui o emprego do conjuntivo. Não se verificando a ocorrência de talvez na oração, usa-se o verbo no condicional — «não mudaria uma vírgula aos seus Sermões» — ou no imperfeito do indicativo — «não mudava uma vírgula aos seus Sermões».

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