Se tem várias aplicações que passamos a apresentar.
1.ª – Pronome pessoal reflexo:
«Ele feriu-se.»
«Ele despiu-se.»
Nestes casos, o sujeito agiu, e a acção ocorre sobre o próprio sujeito. Ele é também complemento objecto directo.
2.ª – Pronome pessoal reflexo e recíproco:
«Eles abraçaram-se.»
«Eles cumprimentaram-se (uns aos outros).»
Neste caso, a acção não ocorre directamente sobre cada um dos elementos, mas conjunta e reflexamente.
3.ª – Se inerente.
Alguns verbos são acompanhados de se em certas construções idiomáticas.
a) Revelando empenhamento ou emoção dos sujeitos humanos. Exemplo:
«Ele riu-se, mas depois zangou-se.»
b) Revelando envolvimento dos sujeitos, nomeadamente, não humanos. Exemplo:
«O gelo derreteu-se, e a carne queimou-se.»
4.ª – Se impessoal (ou inexistente):
«Já se fez tarde e chove muito.»
Como vemos, há formas impessoais, especialmente com verbos que expressam fenómenos da natureza.
5.ª – Sujeito indeterminado:
a) «Aqui, trabalha-se muito. Lá, faz-se o que se quer... Está-se bem!»
Nestas frases, há nítida generalização e não há identificação do sujeito.
b) «Vende-se maçãs.»
Nesta frase, há declaração da accão e do complemento objecto directo, mas o sujeito é indeterminado.
6.ª – Se passivo, apassivante ou apassivador
a) «Ouvem-se vozes lá fora.»
É uma estrutura de superfície equivalente à seguinte estrutura profunda:
«(Algumas) vozes são ouvidas lá fora (por alguém).»
b) «Vendem-se casas.»
É uma estrutura de superfície equivalente à seguinte estrutura profunda:
«(Estas) casas são vendidas (por nós).»
Nas estruturas de superfície, os sujeitos estão expressos, e os agentes da passiva estão subentendidos.