A construção correta é a que se apresenta em (1):
(1) «Ser quem somos»
A forma «ser-se» é possível quando associada a uma intenção de generalização, pois o pronome clítico -se permite uma construção com indeterminação do sujeito, o que leva a que esta forma seja equivalente a «alguém é». Observemos a frase (2):
(2) «É importante ser-se corajoso.»
Em (2), o pronome clítico representa o agente que é corajoso, ou seja, equivale a «alguém que é corajoso».
Na frase apresentada em (1), o recurso à indeterminação do sujeito não parece possível porque o verbo ser é seguido da oração relativa que tem como sujeito a 1.ª pessoa do plural («nós somos»). É incompatível o aparecimento simultâneo de um sujeito indefinido (marcado pelo uso de -se) e de um sujeito de 1.ª pessoa. Por esta razão, a opção aceitável é a que não inclui o pronome clítico -se.
Seria talvez possível uma construção que assente toda ela na indeterminação, como em (3):
(3) «Ser-se quem se é»
Disponha sempre!