1. – Partícula apassivadora, quando apassiva o verbo:
(a) Aqui alugam-se (são alugados) quartos.
2. – Palavra (ou partícula) indeterminante do sujeito, quando mostra que o sujeito está indeterminado – não se sabe qual é:
(b) Está-se bem à sombra desta árvore. Aqui trabalha-se muito.
Quem é que está bem? Quem é que trabalha muito? Não se sabe.
3. – Partícula integrante do verbo. Não há nenhuma partícula integrante do verbo, porque não há nenhuma partícula que integre (que complete) o verbo. A palavra se pode ser, sim, um pronome pessoal desempenhando a função sintáctica de complemento directo – integra o sentido do verbo:
(c) O João feriu-se.
Quem fere, fere alguém. O elemento da oração que indica esse alguém desempenha a função sintáctica de complemento directo. Na frase apresentada, é o pronome se que indica esse alguém (o João). Por isso, dizemos que desempenha a função sintáctica de complemento directo da forma verbal fere.
4. – O pronome se não desempenha a função sintáctica de objecto indirecto. É o pronome si que a desempenha.
(d) Olhe, meu amigo, eu disse estas coisas a si e a mais ninguém.
5. – Conjunção subordinativa. A palavra se nunca é partícula subordinativa, mas sim conjunção subordinativa, quando liga uma oração subordinada a outra:
(e) Ora diz-me lá se queres ir passear comigo.
Este se é uma conjunção, porque faz a junção de uma oração (a 2.ª) com outra (a 1.ª).