Dá-se o nome de «recurso estilístico» a todo o processo linguístico de que um autor se serve para exprimir com facilidade, propriedade ou originalidade os seus pensamentos. Por exemplo, o uso frequente de onomatopeias poderá ser um recurso para evidenciar determinadas sensações físicas ou estados de alma, a adjectivação rica e sugestiva poderá ser um recurso destinado a traduzir uma percepção particular da realidade a caracterizar... No entanto, nem a onomatopeia nem o adjectivo são figuras de estilo. São, sim, denominações morfológicas, são classes de palavras. Uma determinada classe de palavras usada frequentemente ou sugestivamente por um escritor pode ser uma marca do seu estilo.
Quanto às “figuras” de estilo (ou “figuras” gramaticais ou “figuras” de retórica), elas constituem um campo particular dos recursos estilísticos. Este termo remonta à antiguidade grega. Na Grécia, no campo da retórica, criaram-se figuras gramaticais destinadas a uma maior correcção e elegância de estilo: as figuras de pensamento, as figuras de sintaxe e os tropos. As figuras consistem numa alteração da forma neutra da frase, aumentando, diminuindo, transpondo, repetindo, substituindo ou associando sons ou palavras de modo a dar mais relevo, cor, originalidade ao que se pretende transmitir. E as figuras assumem características próprias, claras, rígidas, definidas desde essa altura. Sempre que se traduz uma ideia segundo uma dessas formas fixas, está-se a utilizar uma determinada figura gramatical.
N.E. – Sobre este tema, veja-se a seguinte explicação no sítio Figura da Línguagem, da responsabilidade do professor brasileiro Diego Nava: