Pode aceitar-se que um engenheiro não se preocupe a fundo com as minúcias da língua, visto que o seu objectivo fundamental, e socialmente meritório, é sempre a busca difícil do "necessário e suficiente" nas suas soluções técnicas.
O que se espera é que um engenheiro domine bem as recomendações técnicas. Não compreendo que numa escola de engenharia se ensine que «as unidades não têm plural tanto quando se escrevem como símbolos como por extenso», ainda por cima invocando a linguística, que aceita a evolução da língua e as normas que vão sendo estabelecidas pelas comunidades linguísticas.
No Sistema Internacional de Unidades (SI), na alínea 2.2 do Capítulo 2, lê-se:
«Os nomes das unidades admitem plural.» E são apresentados alguns exemplos no livro sobre o SI, de Guilherme de Almeida: metros, joules, segundos.
Os símbolos das unidades é que são invariáveis, mesmo que se refiram ao plural. Exemplos do mesmo livro: 12 m (e não "12 ms").
Segundo o Bureau International des Poids et Mesures (BIPM), como já tenho escrito, o nome da unidade só passa ao plural a partir de dois, inclusive. Exemplos do mesmo livro: 1,99 Joule, 2 miliamperes. Sublinho que, com símbolos, só se devem usar algarismos (regra taxativa); e que é recomendável (mas não taxativa, a não ser quando inicia período) a uniformização nas representações por extenso (ex.: dois miliamperes).
Concluindo, deve escrever 20 metros não "20 metro", se quer estar de acordo com as convenções internacionais (ISO, por exemplo).
Ao seu dispor,