Podemos considerar a representação das grandezas quer simbolicamente, quer por extenso; ou, ainda, duma forma híbrida.
1. Quando representadas simbolicamente, o valor da grandeza é obrigatoriamente expresso em algarismos, e o símbolo que representa a unidade não tem plural, nem ponto (ex.: 1 g / 2 g; 1N / 2 N; 1 l / 2 l)
2. Quando representadas por extenso, na língua portuguesa, a unidade concorda com o valor da grandeza (ex.: um grama / dois gramas; um newton/ dois newtons*; um litro / dois litros). Escrever, por exemplo: «dois grama, dois litro» contraria as regras elementares da gramática e a prática corrente da linguagem oral. Não o recomendo. Aliás, a cópia da norma SI que tenho em meu poder também não.
3. Na representação híbrida, podemos ter dois casos:
3.1. Valor por extenso e unidade representada simbolicamente (ex.: «dois g, dois N, dois l»). Mas esta prática é taxativamente condenada.
3.2. Valor em algarismos, unidade por extenso (ex.: 2 gramas, 2 newtons, 2 litros). A norma recomenda só as soluções 1 e 2; mas penso que quando se pretende exprimir claramente o valor da grandeza, em algarismos, e representar sem ambiguidades a unidade, esta prática é admissível na literatura (ex.: `um tempo de 987 anos´). Então, a unidade deve concordar com o valor da grandeza, de acordo com 2. No entanto, parafraseando Heraclito, não há regras imutáveis: tudo muda. As próprias normas internacionais ISO prevêem a sua revisão periódica num prazo curto, para atender à evolução dos conhecimentos. Quando se trata de troca de informações internacionais, em que possa haver povos para os quais a representação do plural não se forme acrescentando s, aceito perfeitamente que se aplique a regra 1 (neste caso da representação híbrida), em que a unidade por extenso traduza o nome do símbolo (ex.: 2 newton, 24 watt, 100 euros).