Embora no Dicionário Estrutural Estilístico e Sintáctico da Língua Portuguesa se considere o verbo tornar-se em («puseram o vinho no congelador e ele tornou-se em gelo»), a mesma situação não é considerada no Dicionário da Língua Portuguesa Contemporânea, da Academia das Ciências.
O facto de essa construção surgir em Camões pode considerar-se uma liberdade poética, à semelhança de outras liberdades tomadas por tantos outros poetas e romancistas.
Exemplos: «penso-te...»; «lembro a tarde em que cheguei...»; «esqueci o ramo de flores...»
Tem razão, pois ao verbo tornar, conjugado reflexamente, não se segue preposição; ex.: «tornou-se perigoso»; «tornou-se gente» (= «chegou à idade adulta»).