Ticar é uma palavra correta em Portugal, mas que parece mais adequada ao registo informal. É provável que seja um anglicismo adotado por via do Brasil, mas não se exclui que, em Portugal, tenha sido adaptado diretamente do inglês, de forma independente, como palavra emprestada.
De três dicionários elaborados em Portugal e atualizados – Academia das Ciências de Lisboa, Infopédia e Priberam –, só o Priberam regista ticar, juntando a seguinte informação:«verbo transitivo 1. [Brasil] Marcar com um tique para confirmar ou verificar. verbo intransitivo 2. [Brasil] Marcar com um furo para fazer a validação.»
Quanto a tique, como adaptação do inglês tick, na aceção de «sinal (de visto)», para referir o v que se escreve para indicar que alguma coisa foi revista ou confirmada, também só o Priberam apresenta registo.
O facto de tique e ticar terem registo mais antigo em dicionários brasileiros parece reforçar a atribuição do uso destas palavras em Portugal a empréstimo transmitido pelo português do Brasil. Contudo, não é de excluir que, em português europeu, ticar («escrever um tique») e tique (como na aceção de «sinal de visto») sejam aportuguesamentos diretos do inglês.