Vejamos as frases apresentadas:
(a) Acreditei naquilo que você disse ontem.
(b) Gostei da sua página na rede mundial dos computadores.
(c) Soube que a garota ficou grávida.
Nestas três frases, temos o pretérito perfeito simples, que significa um facto completamente passado e sem qualquer relação com outro tempo. É, pois, um pretérito absoluto. Não tem continuação no presente. O que pode ter ou não ter continuação no presente não é o acto, mas o resultado do acto.
Um exemplo:
O rei mandou construir um palácio no séc. XVIII. O que pode continuar ou não continuar no presente é o resultado desse acto – o edifício. Tudo depende das circunstâncias relacionadas com o palácio.
Outro exemplo:
Jesus disse: «Amarás ao Senhor teu Deus». O acto de dizer é inteiramente passado. O que pode ser ou não presente é o efeito das palavras de Jesus. Para uns é presente, para outros não. Depende das circunstâncias.
Em presença da frase (a), ninguém está certo de que ainda acredito. Só estarão certos disso, se eu proferir uma frase com a forma verbal acredito ou de outro verbo com significado idêntico. Em presença da forma verbal acreditei, só o contexto e/ou a situação (ou circunstâncias) poderão mostrar se ainda acredito ou se já não acredito.
Em presença da frase (b), acontece o mesmo, porque o pretérito perfeito gostei refere-se apenas ao passado. Se eu não empregar o presente gosto, só o contexto e/ou a situação poderão confirmar que sim, se de facto o confirmarem.
Perante a frase (c), não se pode concluir que eu já não saiba, porque tal facto não é normal... a não ser que eu me tenha esquecido, o que também não é normal, a não ser por doença: falta de memória.
Não sei se fui inteiramente claro. Se não fui, estou à disposição da nossa consulente.