Importa lembrar que, quando se fala em aumentativos, é comum pensar-se na forma sintética, esquecendo-nos do processo analítico, apesar de este ser bastante usual no discurso quotidiano. Por isso, e para que não se criem situações de dúvida, basta recorremos às regras do processo de formação desse grau, que se pode realizar:
a) analiticamente, acrescentando-se um adjetivo que indique aumento ou esteja relacionado com essas noções, tal como grande, enorme: «grande onda»; «onda enorme».
b) sinteticamente, mediante o emprego da forma feminina dos sufixos aumentativos usados em português: -ão («um ondão», tal como uma parede tem o aumentativo paredão; mulher, mulherão); -aça (ondaça, como barbaça, barcaça, raparigaça); -arra (a exemplo de bocarra, naviarra); -orra (ondazorra, como cabeçorra, beiçorra).
Existem, portanto, várias formas de possíveis aumentativos de onda, feitas a partir das regras de formação (sinteticamente) dos aumentativos. Tratar-se-á, portanto, de aumentativos que não se encontram dicionarizados nem estabilizados, que podem ocorrer em situações informais, em casos de uso da linguagem familiar e corrente, para se traduzir uma situação em que se realce, pela positiva ou pela negativa, a ideia/imagem de uma determinada onda.
Nota: Uma vez que o termo vaga é sinónimo de onda, se quisermos utilizar um aumentativo que se encontra atestado pelas gramáticas e dicionários — cf. Nova Gramática do Português Contemporâneo, de Cunha e Cintra, p. 90; Grande Dicionário da Língua Portuguesa, da Porto Editora, 2010 — para designar uma onda muito grande, poderemos recorrer também à palavra vagalhão, o aumentativo de vaga.